Páginas do comando militar dos EUA são hackeadas
Contas no Twitter e no YouTube foram invadidas por 'cibercalifado'. Aparentemente, nenhuma informação sensível foi divulgada
(Atualizado às 21h46)
A conta do Twitter do Comando Central das Forças Armadas americanas foi invadida por um grupo que afirma atuar em nome do Estado Islâmico. Uma mensagem publicada no perfil afirma: “soldados americanos, estamos chegando, cuidado”. A conta no YouTube também foi hackeada e vídeos de propaganda do grupo terrorista foram publicados.
Os hackers também postaram documentos do Exército e uma lista com nomes e números de telefone de militares graduados. Outros posts anunciavam: “Redes do Pentágono hackeadas! Cenários para a China” e “Cenários para a Coreia”.
Apesar da aparente brecha na segurança, as informações divulgadas pelos hackers não eram confidenciais e muitas já estavam disponíveis na internet. Dois oficiais da Defesa americana, que não quiseram se identificar, disseram à agência de notícias Reuters que a invasão é um constrangimento para os Estados Unidos, mas não parece ter significado uma ameaça à segurança.
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“Podemos confirmar que as contas do Comando Central dos Estados Unidos no Twitter e no YouTube foram comprometidas hoje. Estamos tomando as medidas necessárias para lidar com a questão”, disse um oficial à imprensa americana.
Mais tarde, o porta-voz do Pentágono, o coronel Steve Warren, afirmou que o Departamento de Defesa vê o incidente como “um pouco mais que uma brincadeira, ou como vandalismo”. “É um inconveniente, é um aborrecimento, mas de forma alguma comprometeu informação sensível ou secreta”.
O título da página no Twitter foi mudado para ‘Cibercalifado’, seguido da frase “eu amo você Isis” – sigla em inglês para o nome original do grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e da Síria. As páginas foram retiradas do ar pouco depois.
A Casa Branca informou que está monitorando a extensão do incidente, que ocorreu no momento em que o presidente Barack Obama prepara um discurso no qual deve enfatizar propostas para proteger os Estados Unidos de ciberataques. O porta-voz Josh Earnest disse em entrevista coletiva que a interferência foi algo “levado a sério”, mas ressaltou que “há uma diferença bastante significativa entre um grande vazamento de dados e a invasão de uma conta de Twitter”.
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O Comando Central está baseado na Base MacDill da Força Aérea, na Flórida, e cuida das operações militares americanas no Oriente Médio e na Ásia Central. O comando supervisionou as guerras no Iraque e no Afeganistão e está no controle dos bombardeios da coalizão internacional contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
(Com agência Reuters)