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Otimismo e atrasos na votação marcam as eleições na Nigéria

Resultado oficial deve sair entre três e cinco dias no país, que espera melhorar questões como a insegurança e os graves problemas econômicos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 fev 2023, 18h05 - Publicado em 25 fev 2023, 18h02

Após milhões de pessoas votarem para decidir quem assumirá a presidência e o parlamento da Nigéria, foram encerradas as urnas eleitorais nesse sábado, 25. Mais populosa e com a maior economia da África, a nação teve eleições pacíficas e eleitores otimistas, mesmo com os problemas técnicos relacionados às novas tecnologia de votação, o que fez com que a abertura de mais da metade de todas as seções eleitorais tenha atrasado em pelo menos uma hora.

Especialistas comentam que essa eleição pode ser um ponto de virada crucial para a Nigéria após vários anos de agravamento da falta de segurança pública e graves problemas econômicos. Muitos veem como uma possível chave para a estabilidade nessa parte da África.

Para substituir o atual presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, concorrem dezoito candidatos, mas a disputa principal é entre Bola Tinubu, do Congresso de Todos os Progressistas; Atiku Abubakar, membro do principal partido da oposição, o Partido Democrático Popular; e Peter Obi, do Partido Trabalhista, que lidera algumas pesquisas.

Tinubu e Abubakar têm bases de poder significativas em toda a Nigéria. Ambos são vistos como políticos tradicionais que buscaram mobilizar os eleitores com organização e gastos massivos. Já Obi é visto como um progressista disposto a reformar o sistema político da Nigéria e tem entre seus eleitores uma grande parte dos jovens.

Embora pesquisas recentes sugiram que Obi tem entre 10% e 40% de vantagem sobre seus rivais, muitos especialistas alertam que um baixo comparecimento pode significar a vitória do candidato do partido governista. Além disso, os atrasos na abertura das seções eleitorais foram mais problemáticos no sudeste, onde Obi é mais popular.

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Outro fator significativo é a nova tecnologia de votação que identifica os eleitores por meio de impressões digitais e reconhecimento facial. As autoridades esperam que isso torne muito mais difícil a manipulação que historicamente prejudicou as eleições na Nigéria. Mais de 90 milhões de nigerianos se registraram para votar, mas apenas 87 milhões estavam aptos e com a documentação em dia.

Apesar da disputa parecer acirrada, a lei eleitoral nigeriana torna improvável um segundo turno, já que o candidato vencedor precisa apenas de maioria simples, desde que obtenha 25% dos votos em pelo menos dois terços dos 36 estados.

Atualmente, a Nigéria está sofrendo de múltiplas crises, incluindo turbulência econômica, extremismo e criminalidade em grande parte do país. Nas últimas semanas, um esforço para substituir quase todas as notas bancárias da nação – em parte para reduzir a prática generalizada de compra de votos – causou uma grande perturbação econômica e muito protesto popular.

Esta é a sétima votação realizada desde o fim do regime militar em 1999, período em que algumas instituições democráticas nigerianas se fortaleceram. O fato de nenhum dos principais candidatos serem ex-oficiais militares – a primeira vez em uma votação nigeriana – é também visto como uma conquista no país. O anúncio oficial dos resultados das eleições na Nigéria deve sair entre três e cinco dias.

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