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Os conselhos de Lula aos EUA para evitar repetição de ataques à democracia

Artigo do presidente no 'Washington Post', para marcar aniversário do 8 de Janeiro, lança alerta sobre IA e desigualdade no ano de eleições americanas

Por Amanda Péchy
Atualizado em 8 jan 2024, 19h14 - Publicado em 8 jan 2024, 10h10

No aniversário de um ano dos atentados de 8 de janeiro, em que apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou, nesta segunda-feira, 8, um artigo no jornal americano The Washington Post, com lições a respeito de ataques à democracia – e conselhos aos Estados Unidos, que sofreram com um incidente assustadoramente semelhante em 2021, quando eleitores de Donald Trump inundaram o Capitólio, sede do Congresso americano, para impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas urnas.

Entre autoelogios e críticas à gestão anterior, Lula comparou os dois eventos e defendeu que “um governo que melhora vidas é a melhor resposta que temos aos extremistas que atacam a democracia”. Por aqui, Bolsonaro já foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nos Estados Unidos, porém, Trump – mesmo que envolto em batalhas judiciais, a maioria conectada à invasão do Capitólio – ainda é o candidato favorito do Partido Republicano para concorrer às eleições, marcadas para novembro deste ano.

De acordo com o mandatário brasileiro, ataques à democracia florescem porque o mundo vive hoje um “momento contraditório”: “Nunca estivemos tão conectados”, ele escreveu no Washington Post. “Ao mesmo tempo, temos cada vez mais dificuldade em dialogar, respeitar as diferenças e realizar ações conjuntas”, um individualismo distanciador que, Lula argumenta, inflama o ódio.

Desigualdade

Na mesma toada de quase todos os discursos feitos em palanques internacionais ao longo do ano passado, o petista afirmou que a desigualdade global, tanto entre nações quanto dentro de cada país, apresenta uma ameaça – inclusive para a democracia.

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“A desigualdade serve como terreno fértil para o extremismo e a polarização política. Quando a democracia não consegue garantir o bem-estar do povo, os extremistas procuram desacreditar o processo político e promover a descrença nas instituições”, disse ele no artigo.

“Outro 6 ou 8 de Janeiro (as datas em que ocorreram os ataques nos Estados Unidos e no Brasil, respectivamente) só poderá ser evitado transformando a realidade da desigualdade e do trabalho precário”, acrescentou, citando uma parceria com o governo americano para a promoção do “trabalho digno”, lançada em setembro com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Perigos da IA e desinformação

Lula afirmou ainda que a erosão da democracia está conectada às redes sociais, que hoje medeiam quase todas as interações e discursos públicos. Segundo ele, os meios digitais foram concebidos para o lucro, e não para a coexistência democrática.

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“O modelo de negócio das big techs, que dá prioridade ao envolvimento e à procura de atenção, promove conteúdos inflamatórios e fortalece o discurso extremista, favorecendo forças antidemocráticas que operam em redes internacionalmente coordenadas”, alertou.

O cenário torna-se ainda mais preocupante, de acordo com o presidente brasileiro, devido à ascensão da inteligência artificial. Lula afirmou no artigo que a IA, além de agravar a desinformação, pode “promover a discriminação, causar desemprego e violar direitos”.

“Estas questões tecnológicas, sociais e políticas estão integradas. O fortalecimento da democracia depende da capacidade dos Estados não só para enfrentar as desigualdades estruturais e promover o bem-estar da população, mas também para enfrentar os fatores que alimentam o extremismo violento”, declarou.

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