Manifestantes estavam no local havia mais de dois meses. Saída foi acordada com o governo em troca da libertação de centenas de ativistas presos
Por Da Redação
16 fev 2014, 13h01
Após mais de dois meses de ocupação, ativistas ucranianos deixaram a prefeitura da capital do país neste domingo. A desocupação fez parte de um acordo para a libertação de manifestantes detidos durante os protestos. Na última semana, 234 ativistas que estavam presos foram liberados. Agora, os manifestantes precisarão desocupar outros prédios em Kiev e outras cidades do país.
Os manifestantes haviam tomado a prefeitura em 1º de dezembro, cerca de uma semana depois da eclosão de grandes protestos contra a decisão do presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, de abandonar a negociação de um aguardado tratado econômico com a União Europeia.
No domingo passado, a oposição ucraniana mobilizou em Kiev mais de 70 mil manifestantes contra o presidente. Viktor Yanukovich enfrenta um delicado dilema com a formação de um novo governo, muito esperado pela Rússia e pelo Ocidente.
Rússia, de um lado, e União Europeia (UE) e Estados Unidos, de outro, disputam influência sobre o regime ucraniano. Eles esperam a nomeação de um novo primeiro-ministro, após a renúncia de Nikolai Azarov e seu gabinete no dia 28 de janeiro. A decisão se anuncia difícil para Yanukovich, muito pressionado pela Rússia, mas também pela UE e pelos Estados Unidos, que ofereceram ajuda econômica.
Moscou ofereceu à Ucrânia uma ajuda financeira de 15 bilhões de dólares e uma redução do preço de seu gás em um terço, depois que Yanukovich rejeitou em novembro assinar um acordo de associação com a União Europeia para se aproximar da Rússia.
Parece pouco provável que Yanukovich possa encontrar um candidato aceitável ao mesmo tempo para a Rússia e para os ocidentais, que exigem um governo técnico de unidade nacional, onde a oposição pró-europeia tenha um peso real.
A oposição exige, em primeiro lugar, uma reforma constitucional que reabilite princípios da Carta Magna de 2004, que reduziu os poderes presidenciais em favor do Parlamento e do governo. O presidente diz que está disposto a negociar uma reforma constitucional, mas propõe a elaboração de um novo texto que pode levar vários meses. A oposição rejeita esta última opção, por considerá-la uma estratégia para ganhar tempo.
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