Oposição fará passeata para celebrar ‘vitória da revolução’
Um dos objetivos é garantir a aplicação das medidas reivindicadas pelo povo
A oposição egípcia celebrará na próxima sexta-feira “a vitória da revolução” com uma série de passeatas na Praça Tahrir. A manifestação tem como objetivo também garantir a aplicação das medidas reivindicadas pela população durante os 18 dias de protestos que culminaram na renúncia do ditador Hosni Mubarak, na última sexta-feira. Os pedidos dos manifestantes incluem, por exemplo, a anulação da Lei de Emergência, vigente no país desde 1981.
“Certamente vamos participar da passeata para celebrar a vitória desta revolução e seguir seus objetivos”, disse o dirigente do grupo opositor Al-Ghad e ex-candidato presidencial, Ayman Nour. Sobre a Lei de Emergência, que dá amplos poderes à polícia e permite detenções sem acusação, Nour expressou sua confiança de que o Exército cumprirá sua promessa de anulá-la assim que as circunstâncias do país permitirem.
Para o grupo Irmandade Mulçumana, que representa a maior força opositora no Egito, a anulação dessa lei continua sendo uma das medidas mais urgentes a serem tomadas no país. “Apreciamos o que a junta militar anunciou ontem e vemos que está na direção correta, mas há pedidos urgentes, como a anulação da Lei de Emergência e a libertação dos presos políticos”, lembrou Mohamed Morsi, um porta-voz do grupo.
Morsi assegurou que seu grupo vai participar do que chamou de “festa da nação” na sexta-feira. “A participação é um dever de todos para mostrar que o Egito está realizando sua revolução branca (pacífica) e para expressar o apreço às Forças Armadas, que protegeram a revolução e que sempre disseram que a revolução é legítima”, acrescentou.
Presos políticos – O que se organiza para a próxima sexta-feira nessa praça “é no marco da celebração e não do protesto”, disse o porta-voz da Irmandade Mulçumana. O motivo da concentração “agora é de festa e também simbólico, para mostrar o que mais queremos que é a anulação da Lei de Emergência e a libertação dos presos”, ressaltou Morsi.
Por sua vez, o Movimento 6 de Abril, grupo que convocou os protestos que eclodiram em 25 de janeiro, pediu nesta segunda-feira em comunicado a libertação dos presos políticos e das pessoas que foram detidas na revolta popular. A organização exigiu também “abrir uma investigação sobre a existência de prisões secretas”.
O movimento opositor lembrou que representantes das Forças Armadas prometeram ao grupo que os detidos nos protestos serão libertados nos próximos dias, enquanto os presos políticos sairão das prisões “gradualmente”. Os opositores pediram que se acelerem esses passos, e não sejam aplicadas as sentenças de tribunais militares que condenaram alguns presos políticos.
(Com agência EFE)