Das vítimas, 6.500 são crianças, mas estimativa real pode ser ainda maior
Por Da Redação
13 jun 2013, 09h23
O escritório de direitos humanos da ONU estimou nesta quinta-feira em 93.000 mortos confirmados na guerra civil síria até o final de abril, apesar de reconhecer que as estatísticas reais possam ser muito maiores. Em média, são 5.000 mortos por mês em um conflito que já está no seu terceiro ano. Dessas 93.000 mortes, ao menos 6.500 vítimas são crianças.
• Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
• Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
• Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
• Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.
“Esse número extremamente alto de mortos, mês após mês, reflete a drástica deterioração do comportamento do conflito no último ano”, disse a Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, em comunicado. As regiões de Damasco e Alepo registraram os números mais altos da violência desde novembro, informou o órgão em seu mais recente relatório sobre as mortes na Síria.
O número anterior de mortos divulgado pela ONU, em maio, era de 80.000. A atualização tem como base oito fontes, incluindo o governo sírio e o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), sediado na Grã-Bretanha. As mortes só foram contabilizadas quando o nome da vítima, o local e a data da morte eram conhecidos.
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“Há também casos documentados de torturas e execuções de crianças e famílias inteiras, incluindo bebês – o que, juntamente com esse número devastador de mortos, é uma lembrança terrível de como esse conflito tornou-se cruel”, disse Navi. “Apelo às partes que declarem um cessar-fogo imediato, antes de seguir matando ou ferindo dezenas de milhares de pessoas”, afirmou a Alta Comissária da ONU.
A grande maioria dos casos comprovados pela ONU envolve homens, mas os especialistas não conseguiram estabelecer uma distinção entre combatentes e civis. A idade das vítimas também não foi determinada em 75% dos casos. Mas a ONU conseguiu documentar as mortes de 6.561 menores de idade, incluindo pelo menos 1.729 crianças com menos de 10 anos.
(Com agências France-Presse e Reuters)
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