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OEA dá 48 horas para que Nicarágua e Costa Rica negociem saída para crise

Países divergem a respeito da dragagem do rio San Juan e da presença de militares nicaraguenses em um território litigioso

Por Da Redação
10 nov 2010, 03h05

Costa Rica e Nicarágua não cederam nesta terça-feira em suas exigências para levar a uma solução para o conflito limítrofe enfrentado pelos dois países, o que levou a Organização dos Estados Americanos (OEA) a dar um prazo de 48 horas para que negociem uma saída.

O presidente do Conselho Permanente da OEA, o salvadorenho Joaquín Maza, suspendeu até quinta-feira a sessão extraordinária convocada para receber o relatório do secretário-geral do órgão, José Miguel Insulza, sobre a crise, causada pela presença de militares nicaraguenses em um território em disputa pelas duas nações e pela dragagem do rio San Juan.

Depois de visitar os dois países para ouvir suas respectivas versões, Insulza indicou em seu relatório que comprovou “a existência de potenciais espaços de entendimento”.

Neste sentido, assegurou que haveria um avanço se Costa Rica e Nicarágua adotassem suas recomendações.

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Insulza propôs que as nações realizem a oitava reunião da comissão binacional para tratar aspectos da agenda bilateral no mais breve prazo e em caráter de urgência, o que significa o mais tardar na data originalmente estipulada, em 27 de novembro, e com o acompanhamento da OEA.

O secretário-geral também recomendou que sejam retomadas imediatamente as conversas sobre a demarcação da linha de fronteira conforme os tratados existentes e que, a fim de gerar um clima propício ao diálogo, “evitem a presença das Forças Armadas e de segurança em áreas onde sua presença possa gerar tensão”.

Por último, Insulza pediu que as duas nações revisem e reforcem os mecanismos de cooperação, para prevenir, controlar e enfrentar o narcotráfico, o trafico de armas e o crime organizado.

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Apesar de tanto a presidente costarriquenha, Laura Chinchilla, quanto o líder nicaraguense, Daniel Ortega, assegurarem que, “apesar de a situação ter se prolongado, não existe nenhum desejo de que chegue ao nível do confronto”, segundo Insulza, as duas partes seguem sem ceder em suas posições.

As duas delegações tentaram negociar nesta terça-feira um texto de resolução até a última hora, o que provocou o atraso da sessão extraordinária.

O embaixador da Costa Rica na OEA, Enrique Castillo, acompanhado pelo chanceler do país, René Castro, apresentou um texto de “boa fé, integral e compreensivo”, mas a contraproposta de Manágua era “inaceitável”, porque não fazia referência à retirada das tropas, à “cessação da invasão”, explicou.

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“É uma burla para os esforços da OEA, para a Costa Rica, para o Sistema Interamericano e para a paz na região, que um país invasor e agressor se conduza dessa maneira”, destacou o embaixador.

Seu colega nicaraguense, Denis Moncada, rejeitou as acusações da Costa Rica e reiterou que a Nicarágua não invadiu nenhum território.

Moncada ainda acusou a Costa Rica de usar mapas “manipulados e viciados”, em uma “estratégia carregada de má fé” para “alterar os direitos da Nicarágua no rio San Juan, utilizando a pressão e a chantagem política em organismos internacionais”.

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O embaixador da Nicarágua na OEA sustentou também que todo o problema “foi gerado por narcotraficantes” interessados em criar “falsas denúncias” perante a Costa Rica para “proteger suas atividades ilícitas”.

Castillo, porém, respondeu que não há tempo a perder e que seu país “se sente ultrajado”.

“Não pode se recusar a intervir. Não pode nos reconduzir a um diálogo estritamente bilateral. Primeiro, que intervenha, que se retirem as tropas, e depois, sob o acompanhamento da OEA, falamos”, disse, para em seguida adiantar a jornalistas que seu país pedirá uma reunião de consulta de chanceleres do organismo se a Nicarágua não ceder.

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Apesar de tudo isso, Insulza assegurou que “as posições não estão muito discordantes”, mas pediu um gesto de “boa vontade”.

“Eu estou apenas pedindo que os dois países se abstenham de colocar forças (Armadas ou de segurança) em um espaço de três ou quatro quilômetros quadrados no qual nunca as houve. Não acho que seja demais pedir isso aos dois países para seja iniciada a negociação de paz”, disse.

(com Agência EFE)

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