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O recado esperançoso de Haddad a Macron sobre acordo UE-Mercosul

Ministro da Fazenda e presidente francês, que se diz contrário ao pacto econômico, participam de fórum na Fiesp nesta quarta-feira, 27

Por Amanda Péchy
Atualizado em 27 mar 2024, 17h49 - Publicado em 27 mar 2024, 17h42

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender um acordo entre a União Europeia e o Mercosul durante o fórum econômico Brasil-França que ocorreu na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta quarta-feira, 27. Seu discurso, logo antes da fala do presidente francês, Emmanuel Macron, abertamente contrário ao pacto econômico, soou como um recado.

Haddad iniciou o discurso “As Reformas Econômicas e o Potencial da Transição Ecológica” criticando o protecionismo, com o argumento de que uma postura voltada para dentro por parte de países mundo afora “não tem sentido” em um mundo globalizado.

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Apesar de não ter mencionado diretamente a França, um dos motivos por trás da oposição de Macron ao acordo com o Mercosul é o poderoso lobby do agro francês, que se sente ameaçado pela abertura do mercado a produtos mais baratos vindos da América do Sul. A narrativa oficial, porém, é que o Palácio do Eliseu se preocupa com o clima e o meio ambiente, e teme abrir espaço em seu país para produtos sul-americanos cujas cadeias produtivas possam estar contaminadas pelo garimpo, desmatamento e poluição.

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+ Os impasses que ainda travam o acordo entre Mercosul e União Europeia

O ministro da Fazenda, porém, disse manter a esperança, fazendo uma comparação entre a aprovação do possível acordo União Europeia-Mercosul com a reforma tributária, que ele disse ter colocado “fim ao caos” no sistema brasileiro de tributações.

“Não devemos desistir desse acordo. Se foi possível aprovar a reforma tributária depois de quarenta anos, por que não, depois de vinte (anos), aprovar um bom acordo entre a União Europeia e o Mercosul?”, questionou durante o evento na Fiesp.

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Arranjo “antiquado”

Em dezembro passado, durante sua participação na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente francês afirmou com todas as letras ser contra o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. Para ele, isso seria “antiquado”.

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“Sou contra o acordo Mercosul-União Europeia, porque é um acordo completamente contraditório com o que Lula está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo. Não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo antiquado e que desmantela tarifas”, afirmou o presidente francês. “Devemos pensar num acordo que seja muito mais geoestratégico, muito mais consistente com as nossas estratégias e não mexer num acordo à moda antiga. É por isso que não sou a favor deste acordo. Porque hoje não sei como explicar este acordo a um agricultor, a um produtor de aço, a um fabricante de cimento francês ou europeu”, completou.

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A declaração dele aconteceu após um encontro bilateral com o presidente Lula, que defende o acordo, que é negociado desde 1999 e envolve 31 países. Após fala tão contundente de um dos líderes da União Europeia, as negociações, que iam a todo vapor, esfriaram – esperava-se que o texto fosse finalmente assinado durante a cúpula dos chefes de Estado do Mercosul, no dia 7 de dezembro, o que não ocorreu.

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