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O influencer do TikTok que escravizou mulheres com sexo, mentiras e vídeos

Promotores do caso Andrew Tate, autodeclarado misógino das redes, descrevem como ele estuprou e fez vídeos pornográficos de mulheres no OnlyFans

Por Da Redação
Atualizado em 3 fev 2023, 10h16 - Publicado em 3 fev 2023, 10h15

Andrew Tate, um influenciador digital com milhões de seguidores no TikTok (isto é, antes de ser banido), foi preso com seu irmão em 29 de dezembro, acusado de formar uma gangue criminosa para explorar sexualmente mulheres. Um documento judicial inédito, divulgado nesta sexta-feira, 3, pela agência de notícias Reuters, detalha pela primeira vez como era o modus operandi de seu esquema de tráfico humano e pornografia.

Segundo o documento, Tate enganava mulheres vulneráveis com juras de amor. Em mensagens entre ele e uma cidadã da Moldávia, a celebridade da internet ofereceu-lhe uma nova vida e os dois até falaram sobre casamento. A única coisa que pediu em troca foi lealdade absoluta.

“Você deve entender que uma vez que você é minha, será minha para sempre”, disse Tate a ela em 4 de fevereiro do ano passado em uma das dezenas de mensagens do WhatsApp citadas por promotores romenos, que alegam que ele traficou e abusou de várias mulheres.

Naquele mês, o influenciador digital convenceu-a a mudar-se para a Romênia, onde ele estava, prometendo que “nada de ruim vai acontecer”. Ela aceitou. No mês seguinte, dizem os promotores romenos, Tate estuprou essa mulher duas vezes, enquanto tentava alistá-la em uma operação de tráfico humano focada em fazer pornografia para a plataforma online OnlyFans, que permite a venda de vídeos explícitos.

O britânico-americano Andrew Tate, 36, que mora na Romênia desde 2017, e seu irmão Tristan, 34, negaram todas as acusações contra eles.

O documento analisado pela Reuters mostra que os promotores dizem que os irmãos enganaram e intimidaram pelo menos seis mulheres, colocando-as sob seu controle e “transformando-as em escravas”. Segundo os advogados de defesa, as supostas vítimas não foram maltratadas, mas “viviam nas costas dos famosos Tates”, de acordo com o arquivo de 61 páginas. “Elas estavam alegres. Ninguém as forçou a fazer essas coisas”, afirma a defesa, acrescentando que o sexo foi consensual e as alegações de estupro foram forjadas.

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Fama online

Tate é um autodenominado misógino, que construiu uma base de fãs online, principalmente entre homens jovens, pintando-se como uma figura luxuosa e machista que dirigia carros velozes e namorava mulheres bonitas.

Em 2022, ele foi a oitava pessoa mais pesquisada no Google no mundo, superado apenas por figuras como Johnny Depp – em conexão ao julgamento por abuso da ex-esposa Amber Heard –, Will Smith – que famosamente deu um tapa no apresentador do Oscar – e Vladimir Putin – devido à sua guerra na Ucrânia.

Os promotores romenos afirmam que os irmãos acusados controlavam as contas das vítimas no OnlyFans, coletando dezenas de milhares de euros. O site, com sede no Reino Unido, tem 150 milhões de usuários que pagam taxas mensais a 1,5 milhão de “criadores” de conteúdo, em sua maioria erótico ou pornográfico.

Enquanto isso, em suas redes sociais, Andrew Tate fazia comentários controversos, comparando mulheres a cachorros e afirmando que elas têm culpa por serem estupradas. Isso rendeu-lhe banimentos do Facebook, Instagram, TikTok e outras plataformas importantes no ano passado.

Em 2021, Tate disse em um podcast que tinha começado um negócio de vídeos por webcam no Reino Unido, que atingiu o pico com 75 mulheres trabalhando para ele – mas não especificou o que elas faziam. A celebridade alegou que ganhava US$ 600 mil por mês com a operação.

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Até o mês passado, seu site pessoal oferecia um curso de mais de US$ 400 que prometia ensinar “todos os passos para construir uma garota submissa, leal e apaixonada por você”.

“Essa é minha habilidade. Fazer com que as mulheres se apaixonem por mim de forma extremamente eficiente”, dizia ele no site. As páginas sobre o curso foram deletadas em janeiro.

No documento do tribunal, o advogado de Tate disse que essa persona online era um “personagem virtual”, construído para ganhar seguidores e dinheiro, e “não tinha nada a ver com o homem real”.

As autoridades agiram contra os irmãos em 11 de abril, quando a polícia invadiu uma de suas propriedades em Bucareste sob a suspeita de que uma americana estava sendo mantida ali contra sua vontade. Segundo o documento da promotoria, havia câmeras por toda a casa, que Tristan Tate (o irmão mais novo) monitorava remotamente.

Em 15 de janeiro, como parte da investigação, promotores apreenderam ativos no valor de quase US$ 4 milhões, incluindo uma frota de carros de luxo do complexo de Andrew Tate, nos arredores de Bucareste. Por enquanto, os dois irmãos vão permanecer detidos até, pelo menos, 27 de fevereiro.

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