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Novo premiê, Matteo Renzi anuncia composição do governo

Cerimônia de posse do mais jovem a ocupar o cargo na Itália será neste sábado

Por Da Redação
21 fev 2014, 18h32

O secretário do Partido Democrático, Matteo Renzi, aceitou formalmente nesta sexta-feira o cargo de primeiro-ministro italiano e divulgou a formação do novo governo. Renzi, de 39 anos, será empossado no sábado como o mais novo premiê da história do país. O anúncio foi feito à imprensa pelo secretário-geral da Presidência, após uma reunião de mais de duas horas entre Renzi e o presidente da República, Giorgio Napolitano. A nova formação terá de vencer um voto de confiança no Parlamento, na próxima segunda-feira, antes de começar a trabalhar.

Napolitano designou Renzi para o cargo na segunda-feira. A demora para a definição dos nomes que vão compor o novo gabinete foi provocada por divergências, apontou o colunista do jornal Corriere della Sera, Paolo Mieli. “Duas horas e meia de discussão significa que eles tiveram que chegar a um acordo delicado, que, provavelmente, não satisfez plenamente nenhum dos dois”.

Um dos obstáculos apontados pela imprensa italiana foi definir o comando do Ministério das Relações Exteriores, no qual Napolitano gostaria de manter Emma Bonino, membro do pequeno partido radical e uma experiente ex-comissária europeia. Renzi acabou conseguindo impor Federica Mogherini que foi chefe de assuntos europeus do PD e, aos 40 anos, tornou-se a mais jovem titular da pasta.

Para o Ministério da Justiça, o novo premiê escolheu Andrea Orlando, personalidade bastante apagada e que não deve ser considerada uma ameaça para Silvio Berlusconi – que teria condicionado seu apoio a Renzi à nomeação de uma ministra com atenção especial “aos direitos dos acusados”.

“Nos esforçamos, porque é preciso construir um governo para quatro anos”, ressaltou Renzi, ao justificar a longa reunião com o presidente. Napolitano negou qualquer tensão com o novo primeiro-ministro e confirmou que este é um gabinete “planejado para durar toda a legislatura”.

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Os antecessores de Renzi permaneceram no cargo por um período inferior ao esperado. Ele assumirá o cargo após ter desempenhado papel crucial para que o seu antecessor, Enrico Letta, renunciasse com apenas dez meses no posto. A principal crítica do político à administração de Letta foi a demora em emplacar reformas econômicas para conter a crise na Itália. Entre os planos do novo primeiro-ministro está um ambicioso pacote de medidas para reformular o mercado de trabalho e os sistemas de educação e cobrança de impostos.

À frente do novo projeto econômico estará Pier Carlo Padoan, nome imposto por Napolitano para comandar o Ministério da Economia e Finanças. Aos olhos do presidente, Padoan, até então economista da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), é um economista respeitado no cenário internacional, aspecto fundamental para a credibilidade da Itália, ainda fortemente endividada (mais de 130% do PIB) e que se recupera após dois anos de recessão. Renzi manteve como ministro do Interior Angelino Alfano, chefe da Nova Centro-Direita, legenda cujos senadores são essenciais para a sobrevivência do governo.

Perfil – Nascido em 11 de janeiro de 1975, Renzi é uma figura em ascensão no cenário político da Itália, o que lhe rendeu o apelido de Il Rottamatore (O Trator, em português). Embora conte com um índice de aprovação superior ao de qualquer outro político no país, ele ainda desperta a desconfiança de opositores e daqueles que questionam a sua falta de experiência para assumir o cargo de primeiro-ministro. Eleito prefeito da renascentista cidade de Florença em 2009 e nomeado líder do Partido Democrático em dezembro do ano passado, Renzi se torna premiê sem ter ocupado nenhum cargo no Parlamento.

O carismático político, no entanto, é muitas vezes apontado como uma espécie de Tony Blair da Península Itálica, em alusão ao ex-primeiro-ministro que governou a Grã-Bretanha entre 1997 e 2007. Ele é visto com frequência em trajes informais, além de correr maratonas e andar de bicicleta com os seus eleitores. A semelhança com Blair também está presente no modo como Renzi deverá direcionar as políticas de sua administração. Certa vez, o político disse que era hora de “acabar com a velha guarda”, o que analistas interpretaram como uma guinada ainda maior da coalização governista para o centro. A medida seria um meio de atrair a confiança dos eleitores da direita italiana.

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