Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Novo premiê da Eslováquia diz que vai interromper ajuda militar à Ucrânia

Esquerdista Robert Fico afirma ainda que não votará a favor de sanções contra Rússia, novo abalo no apoio incondicional da Europa que começou com Polônia

Por Da Redação
26 out 2023, 12h07

O novo primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, disse nesta quinta-feira, 26, que não vai mais enviar ajuda militar para a Ucrânia, nem votar a favor de sanções contra a Rússia, reafirmando suas promessas de campanha na área de política externa. A fala ocorreu em uma reunião da União Europeia, e reforça o abalo ao apoio incondicional europeu à causa ucraniana, já indicado anteriormente pela Polônia.

“Nós todos vemos que não existe uma solução militar [para o conflito]”, disse Fico na reunião em Bruxelas, onde os líderes do bloco europeu discutem um plano de até 50 bilhões de euros (cerca de R$ 260 bilhões) de ajuda, distribuída ao longo de anos, aos ucranianos.

Sobre as sanções contra Moscou, o premiê eslovaco declarou que não votará a favor de nenhum novo bloqueio antes de avaliar os possíveis impactos para sua economia. Desta maneira, se aproxima da Hungria de Viktor Orbán, de extrema-direita, a quem ele elogiou como um político que “defende os interesses do seu país”.

+ Rússia atacou usina nuclear em Khmelnytsky, diz Zelensky

O esquerdista Fico, que voltou ao poder pela quarta vez, havia assumido a cadeira na véspera. Há quase um mês, seu partido Smer (Direção) venceu a eleição parlamentar do país. Para conseguir a maioria no Parlamento, porém, ele precisou se aliar com duas siglas, a principal dela o Hlas (Voz), de centro-esquerda e a favor de continuar o apoio de Bratislava a Kiev – o que não parece o ter impedido de adotar uma postura pró-Rússia.

Sua campanha eleitoral foi marcada por promessas de interromper com a ajuda militar à Ucrânia, tornar a política externa independente dos parceiros da União Europeia e dos Estados Unidos, e adotar uma postura linha-dura para impedir a entrada de imigrantes. O país recebeu um influxo de quase 110 mil refugiados ucranianos desde o início da guerra, em fevereiro 2022.

Continua após a publicidade

+ Ucrânia faz retirada forçada de crianças após ataques russos renovados

Fico também se manifestou contra o liberalismo político, as atividades de organizações não governamentais (ONGs) e os direitos para pessoas transexuais.

Segundo o Instituto para a Economia Mundial de Kiel, com sede na Alemanha, a Eslováquia era uma das principais apoiadoras da Ucrânia. O levantamento do centro de pesquisas indica que a pequena nação no Leste Europeu cedeu 1,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) a Kiev desde a invasão russa, ficando em sexto lugar no ranking de apoio em termos relativos.

Integrante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde 2004, a nação substituiu nas últimas décadas seu arsenal da era soviética – era antiga parte da Tchecoslováquia comunista – por um avançado estoque ocidental. Assim, pôde enviar à Ucrânia tanques T-72, sistemas antiaéreos S-300 e caças MiG-29.

+ Polônia revê sua posição na guerra, um sinal de alerta para a Ucrânia

Antes da Eslováquia, a Polônia, parceira de primeira hora de Kiev, anunciou simultaneamente a proibição da importação de grãos vindos da Ucrânia, uma fonte de renda crucial para o país, e a suspensão do envio de armas para seu Exército.

A origem da rixa está na competição de preços de cereais, afetada pela entrada no mercado polonês dos produtos ucranianos mais fartos e baratos — uma briga que se repete na Hungria e na Eslováquia.

A União Europeia, acatando a preocupação dos três países, havia determinado que o corredor permaneceria aberto, mas sem vendas para eles, mas depois suspendeu a proteção e a Polônia decidiu desafiar a decisão. Tentando acalmar os ânimos, o presidente Andrzej Duda afirmou que a produção da Ucrânia poderá seguir passando — sem parar — pelo território polonês.

+ ‘Nunca mais insulte os poloneses’, diz premiê da Polônia a Zelensky

Porém, o Parlamento polonês acabou de passar por uma reformulação, devido às eleições no último dia 15. O partido de Duda, o radical PiS (Lei e Justiça), teve a maior parte dos votos, porém sem alcançar a maioria dos assentos para formar um governo. Uma de suas siglas aliadas, também de extrema direita, foi mal nas urnas, o que abriu caminho para a oposição ascender ao poder.

Continua após a publicidade

Liderada pelo KO (Coalizão Cívica), a aliança centrista pode recolocar o ex-premiê Donald Tusk no cargo. Isso reverteria o curso anti-Ucrânia que o PiS vinha tomando. Mas, por enquanto, o cenário ainda está indefinido, porque Duda havia indicado que daria preferência ao partido com mais votos para tentar formar um governo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.