Uma nova pesquisa sobre a realidade religiosa de Israel divulgada na terça-feira concluiu que a maior parte dos judeus no país se divide em seus próprios subgrupos religiosos e habitam mundos sociais completamente distintos.
O estudo, conduzido pelo centro de pesquisa americano Pew Research Center, em Washington, encontrou diferenças substanciais entre os judeus israelenses no modo de pensar e agir diante de questões cruciais. A pesquisa revelou, por exemplo, que 89% dos judeus seculares, que compõem 40% da população local, acreditam que princípios democráticos deveriam prevalecer sobre a lei judaica, enquanto 89% dos judeus ultraortodoxos, um grupo pequeno, mas que vem crescendo rápido, pensa o contrário.
Mesmo entre os autoproclamados centristas, houve discordância sobre os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada. Um terço acredita que os assentamentos ferem a segurança de Israel, um terço que auxilia na segurança do país e o outro terço afirmou que não faz diferença alguma, repórtou o jornal americano New York Times.
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Uma descoberta surpreendente foi que quase metade dos judeus entrevistados acredita que os árabes deveriam ser expulsos ou transferidos de Israel. Pesquisadores israelenses questionaram o resultado, já que a pergunta proposta pelo Pew não especificou, por exemplo, se tais transferências seriam voluntárias ou compensadas financeiramente.
“Estes grupos vivem no mesmo país, um país pequeno, mas é quase como se eles vivessem em mundos diferentes”, afirmou Alan Cooperman, diretor de pesquisas religiosas do Pew. “Todas as sociedades têm vários tipos de fraturas e divisões”, disse ele, “mas o tamanho das divisões em Israel, do ponto de vista de um pesquisador, são de cair o queixo”.
O presidente israelense Reuven Rivlin, que tem insistido na necessidade de união das várias “tribos” no país, admitiu que o estudo “aponta para a necessidade de tratar os nossos problemas em casa, mais do que nunca”. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais em hebraico, árabe e russo com 5.601 adultos israelenses entre outubro 2014 e maio de 2015.
(Da redação)