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Nos EUA, ministro da Defesa brasileiro debate Venezuela com Bolton

Fontes na Casa Branca informaram esperar que brasileiros abram diálogo com militares venezuelanos que ainda apoiam Maduro

Por Estadão Conteúdo
26 mar 2019, 17h50
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  • O ministro da Defesa do Brasil, general Fernando Azevedo e Silva, discutiu a situação da Venezuela com o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, nesta terça-feira, 26.

    Ao falar com a imprensa após a reunião, o general afirmou que Bolton não falou sobre uma eventual ação militar na Venezuela e os dois não trataram sobre apoio logístico do Brasil aos Estados Unidos em uma possível intervenção.

    “Conversamos sobre vários assuntos, esse foi um deles. Sobre a situação da Venezuela, que não é uma situação normal”, disse o ministro.

    “As Forças Armadas brasileiras, no meu pensamento, esperam ter uma solução pacífica em relação à Venezuela, mas que se resolva isso, porque estamos há mais de um ano com a Operação Acolhida na fronteira do Brasil com a Venezuela”, afirmou ainda.

    O Brasil, como os Estados Unidos, reconhece o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, o opositor Juan Guaidó, como presidente interino.

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    Ao visitar Washington na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro adotou a estratégia americana e deixou no ar a possibilidade de o Brasil apoiar uma eventual intervenção militar contra Nicolás Maduro. Depois disso, em viagem ao Chile, no entanto, Bolsonaro descartou a possibilidade de apoio a uma ação militar no país vizinho.

    O ministro da Defesa evitou responder o que Bolton espera dos militares brasileiros com relação à Venezuela. Fontes na Casa Branca informaram ansiar que os brasileiros abram diálogo com militares venezuelanos que ainda apoiam o regime chavista. Questionado sobre o assunto, o ministro afirmou que a conversa foi “franca e oportuna”.

    “Não comentamos sobre apoio logístico. Eu lembrei para ele a nossa Operação Acolhida, que é pouco divulgada, mas a própria ONU acha o cartão de visitas de uma ajuda humanitária. Nós estamos lá há mais de um ano, são 600 militares envolvidos nisso. É bom ver como acolhemos o povo venezuelano, com atendimento médico, alimentação, com materiais, levamos para o interior do Brasil. Essa logística nós já fazemos, estamos presentes na fronteira”, afirmou o general, sobre o projeto de recebimento de refugiados no Brasil.

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    A chegada de aviões russos a Caracas, com pessoal e equipamento militar, precisa ser “avaliada”, segundo o general. Ele disse não ter detalhes sobre o assunto. “Nós estamos preocupados com a situação do povo da Venezuela. Sempre tivemos boas relações na linha da diplomacia militar com a Venezuela, então temos que avaliar esse novo fato”, completou.

    Depois do encontro com Bolton, o general participou de um almoço organizado na residência do embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sérgio Amaral, com autoridades brasileiras e americanas. A secretária-adjunta de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Kim Breier, foi uma das convidadas.

    O ministro está em Washington para a Conferência de Ministros da Defesa na Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorre sexta-feira, 29, em Nova York.

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    Em Washington, ele se encontrou com Bolton e vai se reunir com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Patrick Shanahan. Antes da reunião, Bolton afirmou no Twitter que os dois “continuavam” com as conversas entre os dois países e mencionou a designação que os americanospretendem dar ao Brasil como aliado preferencial fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

    A designação extra-OTAN foi anunciada pelo presidente americano, Donald Trump, durante a visita de Bolsonaro a Washington, no dia 19 de março. Ao tratar do assunto, o ministro da Defesa afirmou que a novidade pode representar uma “facilidade burocrática”, mas minimizou a importância da designação para os militares.

    “Vendo assim parece que o Brasil vai ser privilegiado em relação a isso, não é. Membros não-Otan (fora da Otan) existem vários países. A Argentina por exemplo é membro desde 1998. Então, o Brasil será mais um parceiro, para parceiro preferencial não Otan. Isso é um alinhamento que está sendo feito, mas é uma regulamentação de praxe, mas que nos envaidece muito”, afirmou o general.

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