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Nome de Mario Monti como possível premiê na Itália dá ânimo aos mercados

Por Da Redação
10 nov 2011, 14h56

Carmen Postigo.

Roma, 10 nov (EFE).- A possibilidade de o ex-comissário de Concorrência da União Europeia (UE), Mario Monti, assumir um Governo de caráter tecnocrata na Itália ganhou forças nesta quinta-feira e deu ânimo aos mercados, um dia após o presidente da República, Giorgio Napolitano, nomeá-lo senador vitalício.

As capas da maioria dos jornais italianos substituíram a fotografia do ainda primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pela de Mario Monti, que terá de recorrer a todos os seus conhecimentos para reativar a abalada economia e realizar as reformas estruturais profundas que o país necessita.

‘Se na Itália se deseja voltar a ter crescimento, é preciso tirar os privilégios de cada categoria social’, disse Monti nesta quinta-feira em Berlim em declarações ao jornal britânico ‘Financial Times’, repercutidas pela imprensa italiana.

Ele enfatizou a importância de se fazer ‘um trabalho enorme na Itália’. ‘Os pedidos da Europa e da comunidade internacional ao país em termos de saneamento de contas e de estímulo ao desenvolvimento são justas para conseguir um maior crescimento’.

Berlusconi, que se mostrou favorável à convocação de novas eleições após sua saída do Governo, afirmou nesta quarta-feira à noite que a decisão de escolher Monti é inevitável pelo ‘bem do país’.

O partido governista Povo da Liberdade (PdL) se reuniu nesta quinta-feira em Roma e, segundo o secretário-geral da legenda, Angelino Alfano, a decisão definitiva sobre apoiar Monti ou convocar eleições antecipadas será decidida no sábado.

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Um eventual Governo tecnocrata liderado por Monti seria provavelmente composto não só por especialistas técnicos, mas também por políticos como o atual ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, que possivelmente seria mantido no cargo, e pelo socialista Giuliano Amato, na pasta de Interior.

Para lidar com a grave crise financeira, são cogitados nomes como Lorenzo Bini Smaghi – atualmente no Banco Central Europeu (BCE) -, o ex-ministro de Economia Domenico Siniscalco – no Governo de Berlusconi – e o ex-presidente da empresa de energia elétrica Enel Piero Gnudi.

A ideia de um Governo Monti incitou o apoio das forças na oposição como o partido de centro-direita Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), o Partido Democrata (PD) e a União da Democracia Cristã (UCD).

As legendas Itália dos Valores (IDV) e Liga Norte já anunciaram que não aprovarão a moção de confiança para um Governo liderado por Mario Monti – presidente da Universidade Bocconi, prestigiosa instituição de ensino superior econômico. Tais partidos apoiam a realização de eleições, senão, pretendem marcar oposição.

Enquanto se debate sobre o próximo Governo de caráter tecnocrata, a Comissão de Balanço do Senado trabalha em bom ritmo sobre o orçamento estatal para 2012, que inclui as reformas econômicas urgentes exigidas pela UE ao Governo de Berlusconi.

Estima-se que o texto das contas do Estado chegue nesta sexta-feira ao Senado para sua aprovação no domingo. Uma vez definitivamente aprovada a lei de orçamento de 2012, prevê-se que Berlusconi apresente a renúncia a Napolitano.

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O presidente da República lembrou nesta quinta-feira que a Europa espera que ‘a Itália atinja os objetivos financeiros e consiga o relançamento do crescimento econômico e social necessário para sair da crise’.

Esta é uma tarefa já à espera de Mario Monti, conhecido na Itália como ‘Supermario’, após enfrentar com sucesso as empresas americanas General Electrics (2001) e Microsoft (2004) na qualidade de comissário de Concorrência da UE.

No terreno econômico, o Tesouro italiano conseguiu lançar nesta quinta-feira os 5 bilhões de euros em bônus da dívida com vencimento em um ano, com juros de 6,087%, o que representa um recorde para a Itália desde a entrada em vigor da zona do euro.

Após o leilão, a taxa de risco italiana – medida com a diferença entre o bônus alemão e o italiano a dez anos – caiu para 517 pontos básicos, enquanto os juros dos bônus para dez anos caiu para 6,95%, o que, para os analistas, é a resposta dos mercados à possibilidade de que o especialista em matéria econômica Mario Monti lidere um Governo de transição.

Após o baque de 3,78% sofrido nesta quarta-feira pela Bolsa de Milão, a tendência nesta quinta-feira já se mostrava positiva. O índice seletivo FTSE MIB fechou em alta de 0,97% e a taxa de risco começou uma lenta, mas progressiva baixa. EFE

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