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Netanyahu não consegue maioria em eleição de Israel, aponta boca de urna

Previsão realizada por emissoras televisivas aponta provável vitória do partido da oposição de centro Azul e Branco

Por Da Redação
Atualizado em 17 set 2019, 17h50 - Publicado em 17 set 2019, 17h12
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  • Pesquisas de boca de urna divulgadas nesta terça-feira, 17, por canais de televisão de Israel mostram que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seus aliados não conseguiram a quantidade de votos necessários para garantir uma maioria no Parlamento.

    O resultado final deverá ser divulgado na quarta-feira, 18, mas as previsões indicam que o Likud, partido de Bibi, e as legendas de extrema direita, devem garantir entre 54 e 59 assentos no Knesset. Para formar um governo de coalizão o premiê precisaria de 61 cadeiras.

    Individualmente, a boca de urna aponta que a legenda de Benjamin Netanyahu deve conseguir entre 31 e 33 vagas no Parlamento.

    A previsão dá ao partido Azul e Branco, do ex-chefe do Estado Maior do Exército Benny Gantz, o maior número de votos. Segundo as emissoras Kan News, Channel 12 e Channel 13, a legenda de oposição deve conseguir 32, 34 e 33 cadeiras, respectivamente.

    Em apenas uma das pesquisas, da Kan News, Likud e Azul e Branco aparecem empatados com 32 assentos. Em todas as outras previsões o partido de Benny Gantz se sairia vitorioso.

    No sistema parlamentarista israelense, quando um partido não consegue garantir a maioria de 61 assentos nas eleições, é obrigado a negociar com outros partidos para formar um governo de coalizão.

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    Em abril, Israel realizou eleições, mas Netanyahu não conseguiu formar alianças para governar.

    Pela segunda vez em cinco meses, os israelenses foram às urnas nesta terça decidir o futuro político do país. Cerca de 6 milhões de pessoas estavam habilitadas a votar para escolher um dentre 32 candidatos.

    Na votação de hoje, o cenário era parecido ao do primeiro semestre: Netanyahu era o favorito para vencer as eleições, em uma disputa acirrada com a coalizão de centro Azul e Branco.

    No entanto, tudo indica que um novo período de instabilidade deve se instaurar, já que os partidos aliados do premiê conservador também não conseguiram os assentos necessários para garantir uma coalizão formada apenas por parlamentares ultraortodoxos e de extrema direita.

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    Violações eleitorais

    Durante o dia de votação, Netanyahu sofreu sanções por violar pelo menos por três vezes as leis eleitorais de Israel. Segundo a imprensa local, o premiê postou em sua página do Facebook pesquisas de opinião – previsões só podem ser divulgadas até quatro dias antes da votação.

    Por três horas, o Facebook bloqueou o chat da live que Netanyahu fazia em sua página. Somente depois que o premiê removeu as postagens anteriores que violavam a lei eleitoral e prometeu não quebrá-las novamente, a diretora do Comitê Central de Eleições, Hanan Melcer, orientou a rede social a reativar os comentários.

    Ainda assim, Netanyahu continuou a bombardear as redes com lives no Facebook e em outras plataformas, pedindo aos seus eleitores que fossem votar a seu favor. O premiê também alertou os apoiadores do Likud sobre a “alta participação” de “árabes” e “esquerdistas” nas eleições.

    Nas quatro primeiras horas de abertura de urnas, 26,8% dos eleitores votaram, um número que supera as últimas sete eleições no país. Não satisfeitos, os principais líderes políticos nacionais seguiram incentivando a presença popular.

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    Netanyahu também convocou os eleitores a votarem em duas estações de rádio da direita – Kol Hai e Galey Yisrael – mais uma vez violando as leis eleitorais. De acordo com a legislação local, os candidatos são proibidos de dar entrevistas de rádio e televisão no dia das eleições.

    Bibi ainda visitou a cidade de Netanya, na costa do país, e caminhou pela praia com um megafone: “Saiam da água, saiam de casa e votem no Likud”, gritava.

    Em mensagens de texto pelo celular e nas redes sociais, os candidatos também fizeram seus últimos apelos para que os cidadãos comparecessem às urnas. Assim como nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório em Israel e boa parte dos eleitores não se anima a comparecer às urnas.

    Se tais atos acontecessem no Brasil, as candidaturas certamente seriam suspensas e até mesmo impugnadas pelas autoridades eleitorais, já que esse tipo de propaganda no dia da eleição é proibida. Em Israel, contudo, os candidatos demonstraram afinidade com esse tipo de corpo a corpo com o eleitor no dia da votação.

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