Nepal: itens de ajuda humanitária ficam presos em aeroporto
Equipamentos para ajudar sobreviventes do terremoto que devastou o país se acumulam na alfândega por questões burocráticas, critica ONU
Por Da Redação
2 Maio 2015, 09h52
Itens de ajuda humanitária enviados aos sobreviventes do terremoto que devastou o Nepal estão retidos no único aeroporto internacional do país por causa de trâmites burocráticos no controle aduaneiro, informou a Organização das Nações Unidas neste sábado.
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O Nepal suspendeu tarifas para a entrada de lonas e tendas de campanha na sexta-feira, mas o representante da ONU Jamie McGoldrick disse à agência Reuters que o governo deveria afrouxar mais as restrições alfandegárias para aumentar o fluxo de materiais de emergência.
“Eles não deveriam usar metodologia de alfândega de tempos de paz”, afirmou. O material fica retido no aeroporto de Kathmandu, em vez de chegar às vítimas, disse McGoldrick.
Não houve resposta imediata do governo, mas o ministro Ram Sharan Mahat Finanças fez na sexta-feira um chamado a doadores internacionais para o envio de tendas de campanha, lonas e alimentos básicos, dizendo que alguns itens recebidos não tiveram uso. “Recebemos coisas como atum e maionese. De que servem essas coisas para nós? Precisamos de arroz e cereais, sal e açúcar”, disse ele a repórteres.
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Aeronaves e militares dos EUA eram esperados em Kathmandu no sábado para ajudar com as operações de socorro.
O número oficial de mortes após a tragédia chegou na sexta a 6.204, e o de feridos, a 13.932, apesar de os dados ainda estarem longe do total de vítimas, já que as autoridades desconhecem o impacto do tremor em regiões mais remotas. O terremoto forçou, além disso, cerca de 2,8 milhões de pessoas a deixarem suas casas em um país com uma população total de 28 milhões de pessoas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 130.000 casas ficaram totalmente destruídas e 86.000 foram parcialmente danificadas e correm risco de desabar.
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Segundo as agências humanitárias o país vai precisar nos próximos três meses de 415 milhões de dólares (mais de 1,2 bilhão de reais) e até o momento 22 milhões de dólares (66 milhões de reais) já foram recebidos. O tremor do último sábado foi o de maior magnitude no Nepal em 80 anos e o pior na região em uma década desde 2005, quando outro terremoto deixou mais de 84.000 mortos na Caxemira.
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