Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mundo lamenta morte de Kissinger e China fala alto: ‘Bom e velho amigo’

Ex-secretário de Estado dos Estados Unidos morreu na quarta-feira 29, aos 100 anos de idade

Por Amanda Péchy
Atualizado em 30 nov 2023, 09h52 - Publicado em 30 nov 2023, 09h44

Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos morreu na quarta-feira 29, segundo sua empresa de consultoria, aos 100 anos de idade. Líder da política externa americana durante a guerra no Vietnã e protagonista do reatar de laços com a China, nos anos 1970, o diplomata recebeu mensagens de luto do mundo inteiro.

O chefe de Estado chinês, Xi Jinping, enviou suas condolências ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quinta-feira, 30. Kissinger visitou a China mais de 100 vezes e se encontrou com Xi pela última vez durante uma viagem surpresa a Pequim em julho.

“O Dr. Kissinger era um bom e velho amigo do povo chinês. Ele é um pioneiro e construtor das relações sino-americanas”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em entrevista coletiva.

Contribuições históricas

Segundo Wang, Kissinger fez contribuições “históricas” para a normalização da relação China-EUA, e o povo chinês se lembrará dele por sua “devoção sincera e importante contribuição”.

Continua após a publicidade

“Kissinger acreditava que os laços da China com os Estados Unidos são vitais para a paz e a prosperidade dos dois países e do mundo em geral”, declarou o porta-voz. “A China e os Estados Unidos devem levar adiante a visão estratégica, a coragem política e a sabedoria diplomática de Kissinger”, acrescentou.

Diplomacia de vaivém

Autoridades americanas também lamentaram a morte de um dos principais nomes da diplomacia dos Estados Unidos. Um dos marcos de sua carreira foi possibilitar o histórico acordo de paz de 1979 entre o Egito e Israel, anos após a Guerra do Yom Kippur. Precursor da “diplomacia de vaivém”, atuando como mediador entre os dois inimigos ferrenhos, ele protagonizou o marco de paz no Oriente Médio – feito que o atual secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, elogiou durante visita a Tel Aviv nesta quinta-feira.

Continua após a publicidade

“[Kissinger] lançou a pedra fundamental do acordo de paz, que foi mais tarde assinado com o Egito, e de tantos outros processos ao redor do mundo que eu admiro”, disse Blinken enquanto se reunia com o presidente de Israel, Isaac Herzog, para tratar da atual guerra Israel-Hamas.

“Poucas pessoas fizeram mais para moldar a história do que Henry Kissinger”, completou o principal diplomata do governo Biden, na luta para seguir os passos do antecessor.

O ex-presidente George W. Bush destacou a trajetória de Kissinger fora da diplomacia, já que antes de tornar-se secretário de Estado ele, de família judia, fugiu do nazismo para território americano e lutou no exército dos Estados Unidos contra o regime de Adolf Hitler. Além disso, lamentou a perda do amigo por quem ele e sua esposa, Laura Bush, tiveram muito carinho.

Continua após a publicidade

“A América perdeu uma das vozes mais confiáveis e distintas nas relações exteriores com o falecimento de Henry Kissinger”, declarou Bush. “Sou grato por esse serviço e conselhos, mas sou muito mais grato por sua amizade. Laura e eu sentiremos falta de sua sabedoria, charme e humor”, acrescentou.

Marcas por todo o globo

Ao redor do mundo, chefes de Estado e diplomatas compartilharam mensagens de luto. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que Kissinger era “um ser humano gentil e uma mente brilhante que, ao longo de cem anos, moldou o destino de alguns dos eventos mais importantes do século”.

Continua após a publicidade

Já o ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron, que também foi primeiro-ministro do Reino Unido, qualificou-o como “um grande estadista e um diplomata profundamente respeitado, que fará muita falta no cenário mundial”.

“Mesmo aos 100 anos, sua sabedoria e consideração brilhavam”, declarou Cameron no X, antigo Twitter.

Continua após a publicidade

Mundo em ebulição

O líder da Rússia, Vladimir Putin, atualmente envolvido em sua guerra na Ucrânia, elogiou a “linha pragmática de política externa” de Kissinger, responsável por “acordos soviético-americanos que contribuíram para o fortalecimento da segurança global”.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afundado até o pescoço em crises, afirmou que a morte de Kissinger “marca o fim de uma era”.

“Seu formidável intelecto e a sua capacidade diplomática moldaram não apenas o curso da política externa americana, mas também tiveram um impacto profundo no cenário global”, declarou o líder de Israel, que encontrou-se por diversas vezes com o diplomata falecido, a última delas há apenas dois meses, em Nova York.

Em um mundo com tantos conflitos complexos, a perda de um grande diplomata é sentida de forma ainda mais aguda.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.