O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um apelo nesta segunda-feira, 16, para o mundo se unir para derrotar o grupo terrorista palestino Hamas, responsável por mortíferos ataques contra o Estado judeu na semana passada. Em discurso ao parlamento israelense, o Knesset, ele afirmou que a iniciativa deveria espelhar a mobilização para combater o Estado Islâmico e a Alemanha nazista.
“Agora, muitos ao redor do mundo finalmente entendem quem Israel está enfrentando. Compreendem que o Hamas representa uma nova versão do nazismo. Tal como o mundo se uniu para derrotar os nazistas e o Estado Islâmico, também deve se unir para derrotar o Hamas”, declarou Netanyahu.
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O líder israelense também disse que seu país está unido no seu objetivo de vitória, ao mesmo tempo que admitiu que haveria uma investigação sobre as falhas de inteligência e segurança que permitiram ao Hamas perpetrar uma incursão tão devastadora em 7 de outubro.
Mais de 1.300 israelenses foram mortos no ataque surpresa, e o Hamas sequestrou ao menos 199 reféns, mantidos prisioneiros em Gaza.
“Há muitas questões em torno do desastre que se abateu sobre nós há dez dias. Investigaremos cada aspecto minuciosamente”, afirmou Netanyahu, completando ainda que o governo não poupará esforços para trazer “nossos irmãos e irmãs de volta”.
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“A nação está unida em direção a um objetivo, a vitória. Triunfaremos porque se trata da nossa própria existência nesta região, que está repleta de forças obscuras. O Hamas faz parte do eixo do mal do Irã e do Hezbollah. Eles pretendem mergulhar o Oriente Médio num abismo de caos”, acrescentou.
O grupo terrorista libanês Hezbollah, aliado do Hamas e financiado por Teerã, ameaçou na semana passada que poderia entrar na guerra, abrindo uma nova linha de frente no norte de Israel. Nesta segunda-feira, após dias de trocas de ataques entre Israel e Líbano, o Exército israelense afirmou que vai esvaziar 28 comunidades em um raio de 2 quilômetros da fronteira libanesa.
Antes da fala do primeiro-ministro, o presidente de Israel, Isaac Herzog, dirigiu-se ao Knesset com um alerta contra a divisão na sociedade.
“Muitos cidadãos israelenses estão passando por uma crise de confiança”, afirmou Herzog. “Mesmo no meio do conflito em curso, com os nossos soldados caídos ainda não enterrados, vozes perigosas estão tentando semear divisão e ódio. Nossos adversários buscam avidamente qualquer indício de divisão entre nós”, completou.
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O alerta ocorre em meio às acusações de que o governo estava despreparado para o ataque do Hamas. A maioria dos israelenses, 56%, acredita que Netanyahu deveria renunciar no final do conflito com o grupo terrorista palestino, segundo pesquisa divulgada pelo jornal israelense Jerusalem Post na semana passada. Além disso, quase todos os entrevistados (94%) acreditam que o governo é responsável pela falta de preparação em matéria de segurança que levou ao ataque ao sul. Além disso, 52% dos entrevistados esperam a demissão do ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Negociações em curso
Também nesta segunda-feira, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, fez reuniões com Netanyahu e Herzog para coordenar possíveis operações de auxílio humanitário a civis em Gaza.
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Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Matt Miller, Blinken “discutiu seus compromissos com parceiros na região e recebeu uma atualização sobre a situação no terreno”, além de reiterar o apoio dos Estados Unidos ao “direito de Israel de se defender do terrorismo do Hamas”.
O secretário de Estado americano também tratou com Netanyahu “a estreita coordenação dos Estados Unidos com as Nações Unidas e parceiros regionais para facilitar a prestação de ajuda humanitária aos civis”. De acordo com Miller, o objetivo é “focar na segurança e proteção de civis colocados em perigo pelo Hamas”.
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Nesta segunda-feira, Washington despachou funcionários a Ismailia, no Egito, para “tão perto da fronteira” com Gaza “quanto as condições permitem”. O governo dos Estados Unidos defende a abertura da passagem de Rafah, temporariamente interditada pelos bombardeios israelenses ao território palestino, para retirar civis da região afetada e lhes enviar suprimentos através do trajeto egípcio.
A passagem entre Gaza e o Egito é a única saída restante para abastecimento. No entanto, sem um cessar-fogo, a ajuda humanitária ficou represada no lado egípcio da fronteira, e nem os habitantes de Gaza nem os cidadãos estrangeiros conseguiram atravessá-la.