Muçulmanos comemoram fim de jejum do Ramadã
Mês sagrado do islamismo foi marcado por conflitos no Oriente Médio
Milhões de muçulmanos comemoram nesta quinta-feira o Eid al-Fitr, feriado que marca o fim do mês de jejum do Ramadã. Neste ano, o mês sagrado do islamismo foi marcado por tensão e conflitos políticos em vários países do Oriente Médio e norte da África.
No Egito, o Ramadã, que começou uma semana depois do golpe militar que derrubou o presidente islamita Mohammed Mursi, não encerrou os protestos convocados a favor e contra o líder deposto. Nem o calor nem o jejum dissuadiram milhares de seguidores de Mursi, acampados na praça de Rabea al Adauiya, no Cairo, de continuar com o protesto e organizar manifestações para pedir seu retorno ao poder.
Os opositores a Mursi, por sua vez, aproveitaram o Ramadã para convidar os cidadãos a tomar o “iftar”, refeição com a qual se quebra o jejum após o pôr-do-sol, na praça Tahrir, para expressar seu apoio às Forças Armadas egípcias. Na quarta-feira, uma tentativa de mediação da crise egípcia fracassou.
Na Síria, o Ramadã também não freou a guerra civil, já que, segundo a oposição, mais de 1 700 pessoas foram mortas pelas tropas do regime sírio durante o mês sagrado, no qual os muçulmanos se abstêm de comer, beber e fumar desde o nascer até o pôr do sol.
No Iraque, a violência se intensificou no Ramadã, que começou no dia 10 de julho, com vários atentados, especialmente contra as forças da ordem e a comunidade xiita. Segundo a ONU, 1 057 iraquianos morreram e 2.326 ficaram feridos em julho, números levemente superiores aos do governo iraquiano, que falou em 989 mortos e pouco mais de 1.500 feridos esse mês.
Já no Iêmen, o período foi marcado por um alerta dos Estados Unidos sobre uma ameaça de ataque da Al Qaeda, o que levou ao fechamento de representações diplomáticas americanas e britânicas na região até o final do Ei al-Fitr.
(Com agência EFE)