O Ministério Público Federal prepara uma ação penal contra a empresa americana Chevron por um novo vazamento de petróleo em uma área afetada por um problema similar em 2011, que forçou a multinacional a suspender sua produção no Brasil.
O procurador Eduardo Santos de Oliveira, do Ministério Público Federal de Campos, anunciou que apresentará nos próximos dias a medida contra a Chevron após a confirmação do vazamento no Campo do Frade, em águas profundas do estado do Rio de Janeiro.
A empresa, que foi multada e impedida de realizar atividades de perfuração no Brasil após o acidente de novembro, informou que o novo vazamento foi de apenas cinco litros, mas as autoridades suspeitam de um derramamento maior.
As autoridades fizeram um sobrevoo neste sábado e identificaram “uma tênue mancha” de petróleo de quase um quilômetro, informou a Marinha em um comunicado.
A mancha foi localizada aa 130 km da costa do Rio.
“O vazamento pode ter sido causado ou precipitado pelo excesso de pressão. Não sabemos quanto petróleo vazou”, destacou o procurador.
Ele não informou se a empresa será processada por crimes ambientais ou se pedirá a suspensão das operações, como solicitou sem êxito há alguns meses após o primeiro vazamento, que jogou quase 3.000 barris de petróleo no Atlântico.
Na quinta-feira, a Chevron anunciou que pediu permissão para suspender sua produção de forma temporária, ao mesmo tempo que realiza novos estudos geológicos para conhecer melhor a região.
O vazamento começou em 4 de março, mas a origem só foi detectada na terça-feira.
O ponto de fuga foi localizado a três quilômetros do local do primeiro acidente.
A Chevron não informou se os casos estão relacionados, mas o delegado Fabio Scliar considera muito provável que o vazamento mais recente seja consequência do derramamento anterior.