Brasília, 6 dez (EFE).- O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, analisará na quarta-feira em São Paulo com sua colega mexicana, Patricia Espinosa, e com o secretário de Economia do México, Bruno Ferrari, o Acordo Estratégico de Integração Econômica que ambos países estão negociando há um ano.
Além deste acordo, cujas negociações começaram em novembro do ano passado, Patriota aproveitará seu encontro com os ministros mexicanos para examinar outros assuntos da agenda global, regional e bilateral, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira pelo Ministério de Relações Exteriores.
Entre os temas que serão debatidos durante a visita de Espinosa e Ferrari a São Paulo estão ‘a recente constituição em Caracas da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a Presidência mexicana do G20 e a Conferência Rio+20’, segundo a nota.
Os dois países integram o Grupo dos Vinte (G20, que reúne países desenvolvidos e os emergentes mais importantes) e devem apresentar posições parecidas na nova Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável que será realizada no Rio de Janeiro em junho do ano que vem.
O Ministério destacou em seu comunicado o crescimento do comércio e dos investimentos entre ambos países. A troca comercial bilateral nos primeiros dez meses deste ano somou US$ 7,33 bilhões, praticamente o mesmo que nos 12 meses de 2010 (US$ 7,57 bi).
‘O Brasil é o maior destino dos investimentos mexicanos na América Latina, com cerca de US$ 17 bilhões, e o México foi o destino de grandes projetos de investimento por parte de empresas brasileiras’, acrescentou o comunicado.
O investimento brasileiro acumulado no México soma atualmente US$ 1,1 bilhão, mas tende a superar os US$ 4 bilhões até 2015, segundo as previsões do Ministério de Relações Exteriores.
Para esse crescimento deve contribuir o Acordo Estratégico de Integração Econômica Brasil-México proposto em 2009 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo atual líder mexicano, Felipe Calderón.
As duas maiores economias latino-americanas se propõem a negociar um acordo que inclua acesso a mercados, alfândegas, serviços, investimentos, compras governamentais, propriedade intelectual e cooperação em políticas de concorrência e de combate às práticas desleais de comércio, entre outros.
De acordo com diplomatas brasileiros, o acordo pode ter um grande impacto no comércio e nos investimentos dos dois países que, apesar de sua condição de liderança na América Latina, praticamente não aproveitaram suas grandes possibilidades de troca.
Os dois países contam com apenas dois acordos para incentivar seu comércio, um que estabelece preferências para cerca de 800 produtos e outro que rege o comércio bilateral de automotores. EFE