Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades do México na quarta-feira à noite indignadas contra o massacre de estudantes no Estado de Guerrero, sul do país. Há indícios de que os assassinatos foram cometidos pela polícia em conluio com o crime organizado e grupos de narcotraficantes. Em um dos piores episódios da guerra às drogas, 46 alunos do magistério desapareceram no dia 26 de setembro em Iguala, a terceira maior cidade do Estado, depois de um protesto em que a polícia matou dois deles e prendeu dezenas, levando-os em camburões. No fim de semana foram encontrados 28 cadáveres queimados na periferia da cidade e o governador do Estado, Angel Aguirre, disse acreditar que eram dos jovens.
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Os exames de DNA ainda não foram divulgados, mas a Polícia Federal mexicana, que assumiu a investigação, informou que é muito provável que os corpos sejam dos estudantes. Em Chilpancingo, capital de Guerrero, parentes dos jovens, colegas da escola Ayotzinapa e ativistas bloquearam a movimentada rodovia do Sol, que conduz ao famoso balneário de Acapulco, e depois acamparam no centro da cidade.
“Ayotzinapa, crime de Estado” e “Chega de violência”, diziam os cartazes levados pelos manifestantes que exigiam a renúncia do governador. Na Cidade do México e em outros municípios manifestantes repetiam cantos contra o presidente Enrique Peña Nieto, que vem sendo criticado por intervir apenas uma semana depois, quando enviou autoridades federais a Iguala.
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(Com agência Reuters)