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Polícia procura 46 estudantes desaparecidos

Dezenas de corpos foram encontrado em uma vala comum e acredita-se que possam ser dos estudantes sumidos desde o dia 26 de setembro, em Iguala

Por Da Redação
8 out 2014, 16h08

Centenas de vigilantes uniram-se às buscas por 43 estudantes que desapareceram na cidade de Iguala, no Estado mexicano de Guerrero, no último dia 26 de setembro. Membros de grupos de autodefesa que lutam contra o narcotráfico, os vigilantes prometem conduzir uma busca minuciosa, casa a casa, informou a rede britânica BBC. O anúncio é feito enquanto testes são realizados em dezenas de corpos encontrados em valas comuns perto da cidade, no fim de semana. Acredita-se que os corpos são dos estudantes, que entraram em confronto com a polícia durante um protesto no dia 26 de setembro.

O caso chocou o país e, na segunda-feira, o presidente Enrique Peña Nieto prometeu encontrar os responsáveis pelo massacre. “Nós precisamos descobrir a verdade e garantir que a lei seja cumprida e que os autores desses atos dolorosos, ultrajantes e inaceitáveis sejam responsabilizados”, disse o mandatário em um pronunciamento transmitido pela TV. Ele ordenou que 300 integrantes da Gendarmería – uma divisão da Polícia Federal criada em seu governo para vigiar os territórios onde o narcotráfico é mais forte – assumissem a segurança em Iguala.

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As tropas federais substituem policiais locais, depois que 22 agentes foram detidos por suspeita de ligação com o ataque aos estudantes. Alunos da Escola Rural de Ayotzinapa foram a Iguala para protestar contra políticas discriminatórias de contratação de professores e para arrecadar recursos. Depois disso, tomaram três ônibus para retornar ao ponto de origem. A prática é comum, segundo reportagem do espanhol El País, e as empresas consentem, para evitar prejuízos maiores. As escolas normalistas rurais foram descritas pelo jornal como um dos focos tradicionais da esquerda radical mexicana.

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Nas horas seguintes, seis pessoas foram mortas quando homens armados abriram fogo contra os ônibus que levavam os estudantes e outro veículo que levava um time de futebol da terceira divisão, provavelmente confundido com o ônibus em que os alunos estavam. Três estudantes, um jogador, o motorista de um dos ônibus e uma mulher que estava em um táxi morreram baleados. Várias pessoas ficaram feridas.

Depois do ataque aos ônibus, 57 estudantes desapareceram. Dias depois, foi anunciado que treze haviam voltado para casa e um nome aparecia duas vezes na lista. Com isso, 43 seguiam sumidos. No último sábado, promotores anunciaram a descoberta de seis valas com os corpos de ao menos 28 pessoas. Os corpos estavam carbonizados, o que exigiu exames de DNA para sua identificação. Familiares dos desaparecidos mantêm a esperança de encontrá-los com vida.

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Policiais municipais haviam perseguido os estudantes, e acredita-se que tenham disparado contra os veículos. Mas também há relatos de outros homens armados abrindo fogo contra os estudantes. Além dos 22 policiais presos, oito pessoas sem ligação com as autoridades locais também foram detidas. O promotor Inaky Blanco informou que alguns dos detidos disseram que a força policial local foi infiltrada por narcotraficantes da gangue conhecida como Guerreros Unidos. Blanco também afirmou que um dos civis presos confessou ter matado dezessete dos estudantes, por ordem do cartel das drogas.

O governador de Guerrero, Ángel Aguierre, anunciou ontem que os 81 prefeitos do Estado serão investigados diante da possibilidade de o crime organizado estar infiltrado nas polícias regionais. O próprio governo de Aguirre está sendo contestado e muitos pedem sua renúncia. O governador é do mesmo partido do prefeito de Iguala, José Luis Abarca, o PRD, de esquerda.

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