Merkel defende proibição de véus muçulmanos que cobrem o rosto
A chanceler afirmou que a burca e outras formas de véus completos não são "apropriadas" na sociedade da Alemanha
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu a proibição no país dos véus muçulmanos que cobrem todo o rosto, como a burca, durante discurso na conferência de seu partido, nesta terça-feira. “O véu completo não é apropriado aqui, deveria ser proibido onde for legalmente possível. Não pertence a nós”, disse a líder da União Democrática Cristã.
O comentário da chanceler foi aplaudido pela plateia de apoiadores, semanas depois que ela anunciou que tentará a reeleição para um quarto mandato no próximo ano. Outros membros de seu partido já haviam se colocado a favor da proibição do véu em lugares públicos, como o ministro do Interior Thomas de Maiziere. “Não serve para a nossa sociedade, nossa comunicação, nossa coesão. Por isso exigimos que mostrem o rosto”, afirmou em agosto.
Parlamentares alemães vêm discutindo uma proposta de lei, que deve ser votada na semana que vem, para proibir véus em determinados locais públicos. A intenção é multar mulheres que usem o véu completo quando se recusarem a tirar a vestimenta para permitir que autoridades vejam seu rosto, se for necessário compará-lo com um documento de identidade.
Merkel também afirmou no evento que se preocupa com o fortalecimento do islamismo radical no mundo. “Não queremos sociedades paralelas”, disse. “Nossa lei precede regras tribais, códigos de honra e a sharia [lei islâmica]”. Suas afirmações foram vistas na imprensa internacional como uma forma de agradar a parcela conservadora do partido. A chanceler perdeu popularidade no ano passado, quando decidiu abrir as fronteiras alemãs para receber refugiados de diversas partes do mundo.