O homem acusado de ser o cérebro por trás os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, Khalid Sheikh Mohammed, afirmou nesta quinta-feira perante o tribunal militar americano que quer ser condenado à morte, para se tornar um mártir. Mohammed dispensou os advogados e disse que ele vai defender a si próprio no julgamento.
Em sua primeira aparição desde que foi preso no Paquistão em 2003, o membro da Al Qaeda está mais magro do que nas fotos divulgadas pelo Pentágono, de acordo com relatos de agências internacionais. O terrorista parecia calmo. Mohammed declarou ao juiz Ralph Kohlmann, um coronel dos Fuzileiros Navais dos EUA, que “deseja ser mártir por muito tempo”. Em plena corte, o réu também cantou um salmo a Alá e saudou a pena de morte.
Além do mentor dos atentados, estão em julgamento na base militar de Guantánamo, em Cuba, outros quatro colaboradores: Ramzi Binalshibh, Ali Abd al-Aziz Ali, Wallid bin Attash e Mustapha al-Hawsawi. Os cinco foram presos entre 2002 e 2003 e podem ser condenados à pena de morte pelos crimes de conspiração, ataque civis, terrorismo, e pelo assassinato de 2.293 pessoas.
Mohammed confessou que contatou Osama bin Laden com a proposta de seqüestrar aviões e jogá-los contra prédios importantes dos EUA e depois supervisionou a execução do plano. Para extrair estas informações do terrorista, a CIA admite ter usado uma técnica de interrogatório que simula a sensação de afogamento. O réu, por sua vez, confessou ter participado da decapitação do jornalista americano Daniel Pearl, em 2002, no Paquistão.