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Medvedev, o fiel escudeiro de Putin

Ignacio Ortega. Moscou, 8 mai (EFE).- O novo primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, assumiu o papel de fiel escudeiro no sistema governamental ‘bicéfalo’ instaurado pelo todo-poderoso presidente, Vladimir Putin. ‘Acho que é bom quando o destino de um país não depende de uma só pessoa (…), quando as decisões são discutidas e há várias pessoas […]

Por Da Redação
8 Maio 2012, 11h58
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  • Ignacio Ortega.

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    Moscou, 8 mai (EFE).- O novo primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, assumiu o papel de fiel escudeiro no sistema governamental ‘bicéfalo’ instaurado pelo todo-poderoso presidente, Vladimir Putin.

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    ‘Acho que é bom quando o destino de um país não depende de uma só pessoa (…), quando as decisões são discutidas e há várias pessoas que influem na vida política’, afirmou Medvedev em entrevista transmitida pela televisão.

    Medvedev, de 46 anos e advogado de formação, recebeu a chefia do Governo como prêmio por sua lealdade durante os quatro anos que presidiu o Kremlin (2008-2012), mandato durante o qual cumpriu com todo o rigor a vontade de seu mentor.

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    Embora analistas políticos acreditem que seu governo será frágil e pode se tornar um bode expiatório em caso de uma nova onda de crise financeira, o novo primeiro-ministro se sente muito mais cômodo em seu papel de fiador do sistema conhecido como ‘tandemocracia’ (no qual dois governam ao mesmo tempo).

    ‘Já é hora de que todos relaxem, isso vai ser longo’, afirmou Medvedev, dando a entender que deve liderar o Executivo, pelo menos, até 2017, assim como Putin se propõe dirigir o Kremlin até 2018 e, talvez, até 2024.

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    Tudo aponta que Medvedev, acusado por seus críticos de ter falta de personalidade, será um primeiro-ministro no estilo de Mikhail Fradkov (2004-2008), que se limitava a pôr em prática todas e cada uma das ordens dadas pelo então presidente, Putin.

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    Seus quatro anos à frente do Kremlin quase não mudaram sua imagem de ‘otlichnik’ (estudante modelo) e fã de frases de impacto, características que lhe impediram fugir um pouco da sombra de Putin, a quem conheceu há 20 anos.

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    Ambos se graduaram em Direito em São Petersburgo e trabalharam juntos na prefeitura local entre 1990 e 1996. Em 1999, Putin o nomeou chefe-adjunto da administração do Gabinete de ministros e, seguidamente, presidente do Conselho de Diretores do consórcio de gás Gazprom.

    Medvedev não conseguiu criar uma imagem de líder nacional e é considerado pela maioria dos russos como mais um tecnocrata e um intelectual urbano do que um político carismático.

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    Apesar de como presidente ter decepcionado liberais e a oposição, Medvedev mantém inváriavel seu discurso de liberalização política e econômica e diz que se propõe a dar as costas à ‘democracia dirigida’, embora insista que ‘ordem e liberdade’ são compatíveis.

    Ele também já antecipou que pretende ‘renovar consideravelmente a composição do atual Gabinete’, mas garantiu que no novo Executivo ‘deve haver gente que garanta a continuidade’, ou seja, os homens leais a Putin deverão manter suas pastas.

    Isso é levou muitos a pôr em dúvida a futura capacidade de manobra de Medvedev, já que há poucos meses Putin reorganizou o governo para repartir as tarefas entre uma nova casta de vice-primeiro ministros.

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    Segundo essa reorganização, Medvedev terá em seu Governo quatro todo-poderosos vice-primeiros-ministros que ficarão a cargo de Economia (Igor Shuvalov), Energia (Igor Sechin), Defesa (Anatoli Serdiukov) e Agricultura (Víctor Zubkov).

    Entre os planos de Medvedev estão continuar o processo de privatização das companhias estratégicas, reduzir o que ele qualificou de ‘humilhante’ dependência das matérias-primas e excluir altos funcionários da direção das empresas públicas.

    Além disso, ele afirma que outra de suas prioridades será a reforma das Forças Armadas e o programa de rearmamento, que incluirá a compra e fabricação de porta-helicópteros, mísseis e submarinos, fazendo com que o Estado tenha que gastar US$ 700 bilhões até 2020.

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    Segundo analistas políticos, o rearmamento e as caríssimas promessas eleitorais de Putin de aumento da despesa social para aposentados, professores, médicos e famílias numerosas poderiam fazer perigar a estabilidade orçamentária.

    Medvedev prometeu que liberalizará o sistema político após a aprovação de uma nova lei de partidos e a restituição da eleição dos governadores, embora esta última promessa inclua tantas barreiras que exclui a oposição.

    ‘O sistema se estabilizou, mas, como é habitual, já se observam sintomas de paralisia. É humilhante considerar que o povo russo não está capacitado para ser livre e que não merece sê-lo’, disse.

    No entanto, a oposição denuncia que Medvedev não reformará o sistema, como ficou demonstrado ao substituir muitos governadores suspeitos de corrupção antes que entrasse em vigor a lei para evitar que as urnas passassem a determinar seu veredicto.

    Além do cargo de primeiro-ministro, Putin cederá no final de maio a Medvedev o cargo de líder do partido governista Rússia Unida, legenda integrada por burocratas que também deverá ser reformada, algo que muitos consideram uma missão impossível. EFE

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