Um ato indecente do prefeito de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, foi repudiado pela população, por organizações feministas e jornalistas e também por políticos. Percy Fernández se preparava para conceder uma entrevista quando colocou a mão em cima da perna da repórter. Câmeras de televisão flagraram a mulher se esforçando para tirar a mão do prefeito, agarrada à sua perna. Após o embaraço, o prefeito ainda chamou a jornalista de “tacanha”.
Depois que as imagens foram divulgadas, uma deputada opositora entrou com uma denúncia contra o político por abuso, violência sexual e discriminação, o que poderia resultar uma pena de até quatro anos de prisão, conforme reportou o jornal espanhol El País. (Continue lendo o texto)
O representante do Ministério Público em Santa Cruz de la Sierra, Hernán Cabrera, solicitou ao Conselho Municipal que faça valer a lei de combate à violência contra a mulher. A legislação tipifica o ato de Fernández como “crime de assédio sexual, com o agravante de ter sido cometido por um funcionário público”. Cabrera solicitou ainda um exame da saúde mental do prefeito.
Reincidente – Não é a primeira vez que o político de 75 anos, reeleito cinco vezes, assedia mulheres. Ele já passou a mão em uma conselheira que fazia um discurso em um evento público, beliscou uma secretária e tentou dar um beijo forçado na boca de uma funcionária municipal. Todos os abusos foram documentados, mas nenhum processo formal contra o prefeito foi movido até o momento.
A ministra da Justiça, Sandra Gutiérrez, disse ao portal boliviano Oxígeno que deixará “a justiça fazer o seu trabalho, sabendo que a denúncia está com a promotoria e que esta instância é que deverá determinar a sentença que (o político) merece.” (Continue lendo o texto)
Diante da repercussão negativa, Fernández desculpou-se com a repórter, seu marido e toda a sua família por ter “faltado com respeito a quem exercia seu trabalho como jornalista”. O escândalo ganhou ainda mais repercussão porque dentro de algumas semanas o prefeito será anfitrião da cúpula G77+China, da qual devem participar representantes de vários governos e organizações internacionais.