Um manifestante foi morto na madrugada desta quinta-feira, 30, no pior dia de violência no Chile registrado em 2020. Saques e incêndios também foram registrados enquanto o Congresso chileno aprovava uma reforma tributária que aumenta a taxação sobre os mais ricos. Os protestos retomam a crise social que levou mais de 1 milhão de pessoas às ruas ao longo do ano passado contra mediddas do governo de Sebastián Piñera.
A polícia informou que a vítima é um jovem de 22 anos que protestava em uma barricada quando “foi atropelado por um ônibus público, que instantes antes havia sido roubado por homens encapuzados”, em meio aos distúrbios violentos.
O jovem morreu em um hospital próximo, enquanto o homem encapuzado que o atropelou foi espancado “por outros manifestantes”. Ele também foi levado para um centro médico, onde está internado em estado grave. O ônibus roubado foi incendiado, de acordo com a polícia.
Os tumultos desta quinta se concentraram no norte da capital chilena, Santiago. Na comuna de Quilicura, nos arredores da capital, saques ocorreram em pelo menos três supermercados, enquanto na vizinha Lampa os manifestantes incendiaram escritórios públicos.
“Sem dúvida, este dia foi o mais violento de 2020 e nos lembra os piores momentos do mês de outubro do ano passado”, afirmou o chefe de polícia da zona leste de Santiago, Enrique Basaletti.
Os episódios de violência foram desencadeados pela morte de Jorge Mora, torcedor do Colo Colo, time de futebol mais popular do Chile, na terça-feira 28. Mora também foi atropelado, mas por um caminhão da polícia durante confrontos.
Em meio aos episódios de violência nas ruas, o Congresso do Chile aprovou uma reforma tributária proposta pelo presidente, Sebastián Piñera, que aumenta as taxações sobre os mais ricos e sobre as grandes empresas. O governo de Piñera, que conta com uma aprovação de apenas 6%, planeja arrecadar 2,2 bilhões de dólares (mais de 9 bilhões de reais) em impostos com a reforma, que deve entrar em vigor a partir de março.
(Com AFP)