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Maduro ameaça ‘banho de sangue’ e ‘guerra civil’ se não vencer eleição

Venezuela vai às urnas no dia 28 de julho, pleito marcado por perseguição política e em que a oposição aparece com 47 pontos de vantagem nas pesquisas

Por Da Redação
Atualizado em 18 jul 2024, 19h21 - Publicado em 18 jul 2024, 09h32
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  • Durante discurso em Caracas na noite de quarta-feira, 17, o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, alertou que, se não vencer as eleições de 28 de julho, o país pode enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil fratricida”. O mandatário, que busca o terceiro mandato, competirá contra nove candidatos de diferentes setores da oposição. O mais bem posicionado, Edmundo González, aparece com 47 pontos de vantagem em relação a Maduro nas últimas pesquisas de opinião.

    “No dia 28 de julho, se não querem que a Venezuela caia num banho de sangue, numa guerra civil fratricida como resultado dos fascistas, garantamos o maior sucesso, a maior vitória na história eleitoral do nosso povo”, disse ele durante a fala na Paróquia La Vega.

    Ameaças constantes

    Esta não é a primeira vez que Maduro alude a um confronto no contexto de uma derrota eleitoral. Na quinta-feira passada, durante um comício realizado no estado de Arágua, no norte do país, ele afirmou que o país decidirá entre “guerra ou paz” nas eleições presidenciais.

    “No dia 28 de julho decide-se guerra ou paz, guarimba (termo para protestos violentos) ou tranquilidade, projeto de pátria ou colônia, democracia ou fascismo. Eles estão prontos? Eles estão preparados? Eu estou preparado. Tenho amor pela Venezuela, tenho a experiência, não tenho medo nem do diabo, Deus vem comigo, Deus conosco, o povo conosco”, declarou na ocasião.

    Depois disso, na terça-feira, 15, o líder venezuelano acusou a oposição de querer provocar “uma hecatombe” e “uma tragédia” para mudar “o rumo do que vai acontecer”.

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    “Eles procuram uma catástrofe, uma tragédia, algo forte que mude o rumo do que vai acontecer na Venezuela no dia 28 de julho. Temos que estar alertas, com mil olhos, mil ouvidos”, pediu Maduro em evento de campanha no estado de Bolívar, na fronteira com o Brasil.

    Também reiterou que a oposição se prepara para “gritar por fraude eleitoral”, o que assegurou que não permitirá. Isso apesar de o candidato oficial da oposição, González, ter despontado como líder inconteste nas pesquisas eleitorais. De acordo com uma nova pesquisa da ORC Consultores, ele tem 59,6% das intenções de voto, contra 12,5% de Maduro – uma diferença de 47,1%. No último levantamento da mesma empresa, a vantagem era de 44,4 pontos percentuais.

    Ainda assim, o regime de Maduro controla tanto o sistema judiciário como o eleitoral. Alguns observadores foram convidados para fiscalizar a validade das eleições, mas ainda não está certo se os resultados serão confiáveis – ou, mesmo se forem, se o governo irá respeitá-los.

    Repressão política

    Desde que a corrida eleitoral começou na Venezuela, a oposição ao atual regime tem denunciado repetidamente prisões e outras repressões das autoridades que prejudicam a campanha e podem impedir uma eleição justa. Na quarta-feira, 17, foi detido o chefe de segurança de María Corina Machado, que González substituiu nas urnas depois que ela foi impedida de concorrer pelo Supremo devido a supostas “violações de fraude”.

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    Ela responsabilizou o atual líder venezuelano pela “integridade física” de Ávila e das outras 24 pessoas de sua equipe que “foram sequestradas” e são “prisioneiras da tirania”. Segundo María Corina, o chefe de segurança, que trabalha com ela há dez anos, “arriscou sua vida” para protegê-la.

    “Há dezenas de depoimentos e vídeos que demonstram que esse ato foi uma provocação planejada para ficarmos sem proteção 11 dias antes de 28 de julho”, escreveu ela no X. “Estou alertando o mundo sobre a escalada de repressão de Maduro contra aqueles que trabalham na campanha ou nos ajudam em qualquer parte do país”, acrescentou.

    Uma série de detenções arbitrárias e o banimento de políticos da oposição foram registrados – um relatório da organização não governamental Acesso à Justiça afirmou que, em junho, houve 46 detenções, a maioria de opositores a Maduro.

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    No início de julho, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, acusou Maduro de aumentar o assédio contra opositores. Segundo a ONG Foro Penal, 102 pessoas foram detidas desde o início da campanha eleitoral. Atualmente, seis amigos membros da campanha de Machado estão hospedados na casa do embaixador argentino na Venezuela em busca de asilo político.

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