Lula lamenta morte de brasileiro em Gaza e promete lutar por cessar-fogo
Corpo de Michel Nisembaum, levado como refém pelo Hamas no ataque de 7 de outubro a Israel, foi recuperado pelo Exército do país
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira, 24, que soube “com imensa tristeza” da morte de Michel Nisembaum, brasileiro levado como refém pelo Hamas para a Faixa de Gaza em 7 de outubro, dia do ataque do grupo extremista a Israel. O seu corpo foi recuperado pelo Exército israelense, além dos restos mortais de outros dois reféns, durante operação em Jabalia, no norte do enclave.
“Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel”, disse Lula.
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O petista aproveitou a ocasião para reafirmar que continuará trabalhando nas articulações diplomáticas para uma trégua entre Israel e Hamas em Gaza, para que os reféns restantes possam voltar para casa.
“O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina”, enfatizou.
Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados…
— Lula (@LulaOficial) May 24, 2024
Drama dos reféns
Segundo o Exército de Israel, Michel Nisembaum foi morto no ataque de 7 de outubro. Ele tinha 59 anos, nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, e morava em Israel há mais de 40 anos.
Nisembaum estava desaparecido desde o dia 7 de outubro, e a sua família ainda não havia recebido nenhuma informação sobre o seu estado de saúde. Mary, a irmã de Michel, afirmou a VEJA que, no dia dos atentados em Israel, ele saiu de casa para buscar sua netinha. Ele deveria dirigir de Sderot, onde mora, para Ashkelon, a 70 quilômetros de distância, mas sumiu enquanto estaria no trajeto.
Dias depois do ataque, as Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que havia brasileiros entre as pessoas sequestradas. O governo brasileiro, porém, só confirmou a informação no dia 30 de novembro.
Os outros dois corpos recuperados são de Hanan Yablonka e Orion Hernandez Radoux. As famílias das três vítimas foram informadas após identificação realizada por médicos forenses.
Israel afirma que cerca de 100 reféns ainda estão cativos em Gaza, juntamente com os corpos de cerca de 30 pessoas que foram assassinadas. O país estima que cerca de 1.200 pessoas foram mortas pelo grupo extremista e cerca de 250 foram sequestradas.
Nesta sexta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pressionado internamente por não conseguir trazer de volta os reféns e pela comunidade internacional devido à morte de dezenas de milhares de civis palestinos, entre eles mulheres e crianças, disse que o país tem o dever de fazer tudo para devolver os sequestrados, tanto os mortos como os que estão vivos.