A polícia anti-terror da Indonésia prendeu Abu Bakar Bashir, líder espiritual do braço da Al Qaeda, no Sudeste Asiático, nesta segunda-feira, na ilha de Java, devido a ligações com terroristas, disse uma autoridade do governo.
A prisão ocorreu em uma pequena localidade do oeste da ilha de Java, durante uma viagem do clérigo por diversas mesquitas da região para promover seu credo radical, segundo o jornal Kompas.
Bashir, 72 anos, preso por instigar o maior atentado islamita após o dia 11 de setembro, estava há meses na mira das forças de segurança por sua suposta vinculação à rede terrorista com base em Aceh, desarticulada em uma série de operações policiais durante o primeiro semestre deste ano. Além disso, ele é responsável pelo atentado na ilha de Bali, que matou 202 pessoas, em sua maioria turistas.
Bashir é o líder da linha dura do grupo islamita Jema’ah Ansharut Tauhid (JAT) e é fundador do internato al-Mukmin em Ngruki, em Solo, formou vários integrantes que passaram a planejar e executar uma sequência de ataques mortais na Indonésia.
O Grupo de Crises Internacionais, sediado em Bruxelas, na Bélgica, informou que no último mês os membros do JAT estão envolvidos em vários ataques violentos, que foram frustrados pela polícia. O grupo terrorista planejava assassinar o presidente da Indonésia, Susilo Bambang e atacar hotéis de luxo em Mumbai e na capital, Jacarta. Dezenas de suspeitos ligados ao grupo já foram presos ou mortos
No último ano, a Indonésia foi atingida por vários ataques mortais a bomba em hotéis de luxo da capital, Jacarta. Bashir nega que tem relação com terroristas.
No entanto, a polícia indonésia ainda não realizou nenhuma declaração oficial sobre esta detenção. Bashir foi relacionado com várias das figuras mais proeminentes dos movimentos islamitas da região, entre as quais destaca-se Noordin Mohammed Top, número um do terrorismo no Sudeste Asiático até que morreu em uma operação policial em 2009 após organizar o atentado de julho contra dois hotéis de luxo de Jacarta.
O porta-voz da polícia, coronel Marwoto Suto, confirmou a prisão, mas declarou que não dará mais detalhes até o final do dia. O filho do pastor, Abdul Rohim, insistiu que o pai, que foi para Ciamis, para um compromisso de pregação é inocente.
“Ele estava dirigindo para Solo, quando a polícia o prendeu junto com a minha mãe”, disse. “Nós apelamos à polícia para tratar bem dos meus pais… Ele é inocente, ele estava apenas cumprindo as suas obrigações, como um muçulmano”, finaliza.
(Com Agência Estado)