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Líbios votam pela primeira vez em liberdade, mas eleição registra incidentes

Por Da Redação
7 jul 2012, 18h30

Esam Zuber.

Trípoli, 7 jul (EFE).- Os líbios foram às urnas neste sábado pela primeira vez em liberdade para escolher o Conselho Nacional Geral (Legislativo) em um dia considerado histórico, embora não isento de incidentes que dificultaram a votação em alguns centros eleitorais do país, especialmente na região oriental.

Em entrevista coletiva uma hora antes do fechamento das urnas, que ocorreu às 20h locais (15h de Brasília), o presidente da Comissão Suprema Eleitoral, Nouri al-Abbar, anunciou que 1,2 milhão de líbios, dos 2,8 milhões registrados no censo eleitoral, votaram às 16h locais (11h de Brasília), o que significava uma participação superior a 42%.

Por enquanto, as autoridades líbias não comunicaram ainda quando começarão a ser divulgados os primeiros resultados oficiais do pleito.

Abar acrescentou que, apesar dos incidentes de segurança e dos problemas técnicos que obrigaram o adiamento da abertura de alguns centros de votação e do fechamento de outros, 98% dos colégios eleitorais puderam funcionar.

Ele indicou que, nos colégios onde a votação foi afetada – segundo ele, 101 -, as portas permaneceriam abertas além do horário oficial de fechamento, mas não especificou por quanto tempo.

O vice-ministro do Interior, Omar Khadraoui, declarou que os policiais tinham se abstido de usar a força, apesar das agressões registradas em vários colégios eleitorais, como em Ajdabiya e Briga, no leste do país, onde cédulas de votação foram queimadas e roubadas, o que obrigou o fechamento temporário das circunscrições.

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Khadraoui explicou que a ordem foi restabelecida em Ajdabiya ‘após uma tensa manhã’ e informou que uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em uma briga que derivou em um enfrentamento armado entre os agentes que vigiavam um colégio eleitoral e vários jovens armados.

A segurança eleitoral, num país onde muitas milícias ainda impõem sua própria lei e não há um controle efetivo sobre a presença de armas, transformou-se em uma das principais preocupações das autoridades, especialmente após os repetidos ataques dos últimos dias contra colégios eleitorais e prédios locais da Comissão Suprema Eleitoral.

Para evitar incidentes, as autoridades decretaram estado de alerta e desdobraram 3 mil soldados e 40 mil agentes de segurança, que em alguns lugares trabalharam em coordenação com as milícias para zelar pela segurança.

Apesar disso, o início da manhã registraram uma tímida afluência às urnas em Benghazi, segunda maior cidade do país, pelo temor de possíveis agressões, comentou à Agência Efe um agente de segurança da cidade.

Ele acusou veladamente os ‘federalistas’ do leste do país pelos incidentes registrados em Ajdabiya, Brega, Benghazi e outras localidades. ‘Foram 12 horas de trabalho intenso, mas não houve incidentes’.

Os chamados ‘federalistas’ – milhares de personalidades e líderes locais do leste do país – pediram em março passado em Benghazi a criação de um Estado federal líbio e acusam as autoridades de Trípoli de marginalizar a cidade que, durante oito meses, foi a capital rebelde na guerra contra o regime de Kadafi.

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Junto aos federalistas, muitas vozes do oriente líbio exigiram maior representação de candidatos de Benghazi no Conselho Nacional Geral que os líbios elegeram neste sábado.

A nova assembleia será composta por 200 cadeiras, 120 reservadas a candidatos independentes e 80 a partidos políticos. Faltando estudos sobre intenções de voto, dentre os mais de 200 agrupamentos, destaca-se o dirigido pelo ex-primeiro-ministro Mahmoud Jibril, que criou a Força Nacional, um conglomerado de mais de 40 legendas.

Também está na disputa o grupo Adala wa al-Bina (Justiça e Construção), cujo núcleo é formado pela Irmandade Muçulmana, embora também inclua candidatos independentes.

Além disso, vários ex-dirigentes políticos da transição também se apresentam como postulantes, entre eles o ex-ministro de Petróleo Ali Tarhouni, que reúne ainda diversas personalidades e agrupamentos na ‘Corrente Nacional’.

Antigos milicianos decidiram apostar na política. Um deles é Abdelhakim Belhadj, ex-presidente do Conselho Militar de Trípoli e de ideologia salafista, agora nas fileiras do Partido Nacional, muito próximo ao partido islamita ortodoxo Al Umma (A Comunidade de crentes). EFE

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