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Japão pode descartar milhões de doses da Pfizer por seringas erradas

O país pode desperdiçar o equivalente a 24 milhões de doses pois não possui seringas que alcançam o fundo dos frascos da Pfizer

Por Da Redação 10 fev 2021, 16h40

Milhões de pessoas no Japão podem não receber a vacina da Pfizer na data planejada devido à falta de seringas especializadas, um descuido que pode frustrar todo o programa de vacinação nacional. As seringas utilizadas atualmente no país não são capazes de extrair todo o conteúdo líquido dos frascos fabricados pela farmacêutica americana, segundo o ministro da Saúde, Norihisa Tamura.

O Japão garantiu 144 milhões de doses da vacina, o suficiente para 72 milhões de pessoas, contando que o conteúdo de cada frasco seria suficiente para seis doses. Mas a escassez de seringas que alcancem o fundo da embalagem de vidro – que contêm êmbolos estreitos que conseguem extrair todo o conteúdo da vacina restante – fará com que os profissionais de saúde no Japão precisem usar as seringas padrão, capazes de extrair apenas cinco doses, diminuindo o número de pessoas que serão imunizadas para 60 milhões.

“As seringas usadas no Japão conseguem extrair apenas cinco doses. Nós usaremos todas as que conseguirem extrair o total que tivermos, mas com certeza não será o suficiente à medida que mais injeções forem administradas”, afirma Tamura à agência de notícias Kyodo News. De acordo com a Pfizer, para um aumento no nível de proteção, são necessárias duas aplicações com uma diferença de três semanas entre elas.

O governo está requisitando que fabricantes de equipamento necessário para a produção das novas seringas aumentem sua produção. O Japão não é o único a enfrentar esse problema. Os Estados Unidos e alguns países da União Europeia também reportaram escassez, o que pode significar uma forte competição para a aquisição das seringas.

“Quando o contrato foi feit, nós não tínhamos absoluta certeza de que um frasco poderia conter seis doses. Nós não podemos negar que demoramos a confirmar essa informação”, afirma o ministro. O Japão ainda iniciará seu processo de imunização em meados de fevereiro – meses depois de países com economias mais desenvolvidas.

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O secretário defendeu um início cauteloso da vacinação, que é esperado para começar em 17 de fevereiro. O país vai iniciar o processo imunizando de dez a 20 mil profissionais de saúde da linha de frente que receberão acompanhamento de perto para monitorar eventuais efeitos colaterais. Logo após, mais 3,7 milhões de profissionais serão vacinados até meados de março.

A imunização para as 36 milhões de pessoas acima de 65 anos deverá começar apenas em abril. Pouco mais de 8 milhões com doenças crônicas de 7.5 milhões entre 60 e 64 anos também terão prioridade. O restante da população só receberá suas doses próximo a julho, quando o país receberá as Olimpíadas.

Enquanto a AstraZeneca está em processo de aprovação desde o último mês, a Moderna não espera conseguir pelo menos até maio. Ao todo o Japão já tem doses suficientes para 157 milhões de pessoas.

Estado de emergência próximo das Olimpíadas

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Enquanto a vacinação da população não começa, o Japão estendeu seu estado de emergência em várias localidades do país no último dia 2, a seis meses do início dos Jogos Olímpicos, marcado para 23 de julho. A extensão cobrirá dez das 11 áreas atualmente onde o estado se encontra em vigor, anunciou o primeiro-ministro Yoshihide Suga, em uma reunião com a força-tarefa responsável pela resposta do governo contra a pandemia da Covid-19. Iniciado no início de janeiro, o estado de emergência foi suspenso em apenas uma região até o momento.

Prorrogado até dia 7 de março, a medida poderá ser suavizada conforme a melhora da situação ou até mesmo finalizada antes da data prevista. Ele também comemorou a redução do número de casos, atrelando à redução do horário de funcionamento dos restaurantes.

Ainda no dia 2, o presidente do comitê organizador, Yoshiro Mori, garantiu que os Jogos Olímpicos serão realizados. “Com toda a segurança, vamos avançar, aconteça o que acontecer com a evolução da pandemia. Temos que deixar de lado a pergunta sobre se vão acontecer, ou não. A pergunta é sobre como vamos organizá-los”, afirmou.

A crise sanitária diminuiu a popularidade do primeiro-ministro. Com o sistema de saúde cada vez mais saturado, a maioria da população apoiou o estado de emergência. O país apresenta números relativamente baixos se comparado a outros países, atingindo a marca de 408.550 casos e 6.601 mortes.

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