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Japão: Como 379 pessoas escaparam ilesas de explosiva colisão entre aviões

Baixo número de mortos chamou atenção em meio às imagens de pessoas sendo retiradas às pressas, destroços da lataria e chamas agressivas

Por Da Redação
3 jan 2024, 11h45

Pessoas sendo retiradas às pressas, destroços da lataria e chamas agressivas marcam as imagens da colisão entre aviões no aeroporto de Haneda, no Japão, na terça-feira, 2. Mas o que também chamou atenção no desastroso acidente, de extrema raridade no país asiático, é o baixíssimo número de mortos: na aeronave da Guarda Costeira, cinco dos seis funcionários não resistiram ao duro choque, mas todos os 379 passageiros e tripulantes do Airbus A350, da Japan Airlines (JAL), escaparam quase ilesos.

Entre os especialistas, há um consenso sobre o motivo de tão magistral retirada dos passageiros: o treinamento da tripulação da companhia japonesa, dona de um passado atribulado. Em 1983, o voo 123, que partiu de Tóquio em direção a Osaka, despencou do céu, matando 520 dos 524 a bordo. Embora a culpa não tenha caído sobre a empresa, já que o acidente foi provocado por um mau conserto da cauda por técnicos da Boeing, o episódio mudou bruscamente os protocolos internos.

“Numa cultura como a do Japão, eles assumiram essa responsabilidade como um grupo e queriam garantir que nada parecido acontecesse novamente”, explicou professor de segurança e investigação de acidentes na Universidade Cranfield, Graham Braithwaite, à emissora americana CNN.

Mais de duas décadas após o incidente, em 2005, a Japan Airlines observou que os novos funcionários não tinham frescos na memória o custo humano da colisão. A companhia, então, abriu um espaço de memória e exibiu partes dos destroços, além de histórias dos sobreviventes, na sede corporativa. O efeito de tão profunda preocupação parece ter sido traduzido no bem organizado processo de retirada desta terça-feira.

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+ Japão revela primeiras descobertas sobre colisão de aviões que matou cinco

Ação dos tripulantes

Embora a investigação sobre a falha ainda não tenha sido determinada, acredita-se que a batida tenha sido provocada por uma irregularidade da Guarda Costeira, que não havia recebido autorização para decolar. A aeronave tinha como missão levar ajuda às regiões afetadas pelos terremotos que atingiram o país nesta segunda-feira, 1.

Segundos após a colisão, a tripulação transmitiu instruções com um megafone e gritando, já que os sistemas de comunicação falharam, para que os passageiros abandonassem o avião, já tomado por fumaça. Em seguida, três rampas de escape foram infladas e, ainda que mal instaladas pela posição do avião, todos conseguiram abandonar a aeronave.

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Especialistas também apontam que a decisão daqueles a bordo de abandonar as malas de mão foi essencial para que conseguissem deixar o local a tempo da explosão – poucos segundos depois da última pessoa ser retirada, as labaredas tomaram conta da lataria. Segundo a Japan Airlines, apenas uma pessoa sofreu hematomas e outros 13 solicitaram consultas médicas.

+ Colisão de aviões com centenas de passageiros deixa 5 mortos em Tóquio

Padrões de segurança

A Organização da Aviação Civil Internacional, ligada às Nações Unidas, estabelece padrões mínimos de segurança com exercícios anuais. Os fabricantes de aeronaves também passam por testes de que é possível retirar todos os passageiros em 90 segundos antes que novas aeronaves sejam aprovadas.

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Além disso, algumas companhias aéreas, como a British Airways, definem critérios adicionais para aquisição de aviões e realizam provas de tempos em tempos para avaliar o desempenho das equipes em prestar os devidos atendimentos em situações de emergência, incluindo quedas e incêndios.

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