Itália aprova multas mais duras a ativistas climáticos ‘ecovândalos’
Multas variam de 40 a 60 mil euros (até R$ 321 mil), a depender do grau de destruição das obras de arte
O Parlamento da Itália aprovou nesta quinta-feira, 18, um projeto de lei que permite penas mais duras a ativistas climáticos que danificarem monumentos e espaços culturais como forma de protesto. Com 138 votos a favor e 92 contra, a nova legislação instaurou multas de até 60 mil euros (cerca de R$ 321 mil) em casos de destruição da obra de arte – o valor cai para 40 mil euros (cerca de R$ 214 mil) quando o artefato é apenas danificado.
“Hoje é um belo dia para a cultura italiana e, em particular, para o patrimônio artístico e arquitetônico da nação”, disse o ministro da Cultura, Gennaro Sangiuliano, em comunicado.
Apelidada de lei dos “ecovândalos”, a medida também permite que o Ministério da Cultura utilize do valor embolsado para limpar e reparar os monumentos atingidos. Até o momento, as penalidades variavam de 1.500 a 15 mil euros. Mas os crescentes e barulhentos protestos tornaram-se um problema ainda maior para as autoridades italianas nos últimos meses.
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Casos recentes na Europa
Como forma de mandar um recado, ativistas climáticos lançaram lama na Basílica de San Marco, colaram suas mãos na obra-prima “Primavera”, de Sandro Botticelli, e jogaram tinta laranja no Palazzo Vecchio. Nem a Fontana di Trevi, um dos mais famosos cartões-postais de Roma, escapou da fúria: em maio, suas águas foram tingidas de preto por uma mistura de carvão vegetal. Todos os protestos demandam que o governo tome medidas mais concretas contra o aquecimento global e suas consequências.
As polêmicas manifestações não ficaram restritas à Itália. Em março do ano passado, ativistas pintaram de laranja e amarelo as colunas das Portas de Brandemburgo, em Berlim, para demandar o fim dos combustíveis fósseis até 2030. Em novembro, uma pintura do artista espanhol Diego Velázquez, chamada “The Rokeby Venus”, foi danificada em Londres. Ainda em 2022, um líquido preto foi despejado na obra-prima do pintor austríaco Gustav Klimt “Morte e Vida”, em Viena.