O exército de Israel declarou nesta segunda-feira, 9, ter retomado o controle de todas as comunidades no sul do país que haviam sido invadidas pelo movimento palestino Hamas no último sábado, 7, durante o maior ataque da região em décadas. Yoav Gallant, o ministro da Defesa israelense, anunciou um “cerco total” em torno da Faixa de Gaza, enquanto o conflito soma mais de 1.200 mortos.
Gallant disse que Israel vai cortar o fornecimento de eletricidade, alimentos, água e combustível para Gaza.
“Eu dei uma ordem – Gaza estará totalmente sitiada”, disse Gallant. “Estamos lutando contra bárbaros, e responderemos de acordo”, completou.
Após 48 horas de ataques contínuos de ambos os lados, os militares israelenses afirmaram nesta segunda-feira que não há mais combates contra o Hamas dentro de Israel. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), o contra-almirante Daniel Hagari, declarou ainda que seu país retomou o controle de todas as comunidades ao redor da Faixa de Gaza.
+ Ataque durante festival de música deixa ao menos 260 mortos em Israel
No sábado 7, o Hamas lançou um ataque-surpresa com milhares de foguetes e enviou homens armados a Israel. No dia seguinte, o Estado judeu declarou formalmente guerra contra o grupo militante islâmico. Enquanto o conflito entra no seu terceiro dia, jatos israelenses continuam a bombardear o enclave palestino de Gaza.
Os ataques do Hamas em Israel somam mais de 700 mortos, enquanto as investidas israelenses em Gaza mataram pelo menos 493 pessoas, incluindo dezenas de crianças, e deixaram 2.651 feridos, segundo o Ministério da Saúde palestino. É a maior incursão do tipo desde a fundação do Estado judeu, em 1948.
Na manhã desta segunda-feira, o Hamas lançou uma nova saraivada de ataques aéreos. O grupo disse que disparou 120 foguetes contra as cidades costeiras de Ashdod e Ashkelon, em resposta aos bombardeios israelenses.
+ Netanyahu conversa com Biden e líderes europeus sobre ataques do Hamas
Na noite de domingo, Mousa Abu Marzouk, vice-chefe do gabinete político do Hamas, alegou que os militantes haviam feito mais de 100 reféns em Gaza, incluindo oficiais de alto escalão do exército israelense. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram os combatentes capturando vários civis, incluindo crianças.
Além dos cativos israelitas, há também reféns de outras nacionalidades, incluindo cidadãos americanos, mexicanos, tailandeses e brasileiros – complicando ainda mais a resposta de Israel.
Por enquanto, a principal medida de retaliação dentro de Gaza são ataques aéreos. Aviões militares israelenses atingiram repetidamente a faixa costeira, densamente povoada por civis, transformando vários edifícios em escombros. As FDI afirmaram que destruíram cerca de 800 alvos do Hamas e mataram “centenas” de combatentes, segundo o porta-voz Hagari.
Embora a escala total do conflito ainda não esteja clara, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse no domingo 8 que prevê uma “guerra longa e difícil” e prometeu uma “poderosa vingança” contra o Hamas.