Com agência Reuters
O governo de Israel considera seriamente implementar um cessar-fogo unilateral na Faixa de Gaza, em vez de assinar um acordo para uma trégua formal, disseram nesta sexta-feira fontes políticas israelenses. A suspensão unilateral da ofensiva militar contra o Hamas poderia impedir ganhos políticos do grupo radical palestino. Israel contaria com o apoio dos Estados Unidos e do Egito para combater o contrabando de armas para o Hamas.
A trégua, segundo o jornal israelense Haaretz, deve ser votada pelo governo do estado judeu neste sábado. Se o cessar-fogo foi aprovado, o Hamas não terá como exigir que Israel abrande o bloqueio ao território palestino.
Também nesta sexta-feira, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e a ministra do Exterior de Israel, Tzipi Livni, assinaram um acordo para por fim ao contrabando através de túneis nas fronteiras de Gaza e impedir o rearmamento dos radicais palestinos. “O memorando de entendimentos que firmamos hoje é um ingrediente vital para o fim das hostilidades”, disse a chanceler israelense.
Pela manhã, o Hamas rejeitou as condições impostas por Israel para um acordo formal de cessar-fogo. O líder do grupo radical islâmico que controla a região, Khaled Meshaal, avisou que não vai parar de lançar foguetes contra Israel enquanto não for retirado o bloqueio imposto ao território palestino.
Em reunião com líderes árabes em Doha, capital do Catar, Meshaall pediu que eles apoiem as exigências do Hamas e cortem relações com Israel. O encontro da Liga Árabe marcado para esta sexta não obteve o quórum mínimo de 15 participantes, dos 22 países que compõem o grupo. Isso porque as nações árabes alinhadas aos Estados Unidos temiam que o encontro pudesse se transformar numa plataforma para o Hamas endurecer suas propostas de trégua e atrapalhar as negociações de paz.
Assim, acabaram participando do evento somente os países aliados do Hamas, como a Síria e o Irã. Os demais preferem apostar suas fichas em uma reunião marcada para a próxima semana, no Kuait. A pauta do encontro seria, a princípio, somente sobre assuntos econômicos, mas teve o foco alterado por sugestão do Egito e da Arábia Saudita.
A ofensiva israelense completa nesta sexta 21 dias. Até o momento, morreram cerca de 1.100 palestinos e outros 4.000 ficaram feridos. Já entre os israelenses, há 13 mortos no total.