Israel aumenta pressão sobre Gaza e número de mortos supera 21.000
Porta-voz palestino alertou para aumento das investidas israelenses em torno do hospital Nasser, um dos maiores da região sul de Gaza
As Forças de Defesa de Israel (FDI) continuam a atacar a região central de Gaza por terra, mar e ar nesta quarta-feira, 27, aprofundando uma grave crise humanitária. Ao menos 21.110 pessoas morreram e outras 55.243 ficaram feridas desde 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde palestino.
O porta-voz do ministério, Ashraf Al-Qudra, alertou para o aumento das investidas de Israel em torno do hospital Nasser, um dos maiores da região sul de Gaza, em Khan Younis, e disse que a instalação enfrenta um destino semelhante ao do hospital Al-Shifa.
“Apelamos às instituições das Nações Unidas para que tomem medidas eficazes e urgentes para garantir a proteção do Complexo Médico Nasser, do seu pessoal, dos feridos e doentes, e dos milhares de pessoas deslocadas lá”, disse em publicação no Telegram.
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Enquanto as autoridades israelenses descartam um cessar-fogo e prometem uma guerra longa, a escalada dos bombardeios levou à interrupção nos serviços de telecomunicação em algumas áreas da região sitiada. Isso dificultou os trabalhos das equipes de resgate que atuam no local.
As atualizações mais recentes indicam que cinco palestinos foram mortos em um ataque aéreo no distrito de Al-Maghazi, ao centro de Gaza. Já ao norte, os corpos de mais sete palestinos mortos durante a noite foram levados ao hospital.
De acordo com a população, os combates também se agravaram a leste e ao norte do distrito de Al-Bureij, além da aldeia vizinha, de Juhr Ad-Deek, onde disseram que tanques israelenses estão estacionados.
Do outro lado do fronte, Israel garante que faz o possível para proteger os civis e culpa o Hamas por colocar essas vidas em risco ao operar entre eles, algo que o grupo nega. No entanto, até mesmo os Estados Unidos, principal aliado israelense, já disseram que Israel deveria fazer mais para reduzir as mortes causadas pelos “bombardeios indiscriminados”, condenados em uma fala do presidente Joe Biden.
Apelos pela paz
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma série de imagens capturadas nos últimos dois dias em diversos hospitais de Gaza, que endossam a fala do coordenador da equipe médica de emergência da OMS, Sean Casey, que diz que a capacidade de saúde de Gaza teria reduzido a 20% em 80 dias.
“Neste momento há sangue por todo o lado nestes hospitais”, disse Casey, acrescentando que nenhum lugar em Gaza era seguro. “Estamos vendo casos de trauma passarem pela porta em uma escala que é bastante difícil de acreditar, é um banho de sangue, como dissemos antes, é uma carnificina.”
O porta-voz do gabinete dos Direitos Humanos da ONU, Seif Magango, afirmou na terça-feira que eles estão seriamente preocupados com a continuidade dos bombardeios.