Irmãos londrinos são condenados por terrorismo na Síria
Mohommod Nawaz, de 30 anos, e Hamza Nawaz, de 24 anos, viajaram para a Síria para receber treinamento no campo de um grupo jihadista
Dois irmãos de Stratford, leste de Londres, tornaram-se nesta quarta-feira os primeiros cidadãos britânicos a serem presos por receberem treinamento em um campo terrorista na Síria. Mohommod Nawaz, de 30 anos, e Hamza Nawaz, de 24 anos, receberam penas de quatro anos e meio e três anos de cadeia, respectivamente. Eles se declararam culpados da acusação de conspirar para ingressar em um campo terrorista em 2013. Para a Scotland Yard, o anúncio da sentença torna o caso um modelo a ser seguido em outros julgamentos.
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Ao anunciar sua decisão, o juiz Christopher Moss declarou que os indícios coletados durante a investigação mostravam claramente que eles frequentaram instalações jihadistas. “As evidências apontam que vocês estavam lá pela jihad, pela guerra santa, e gostariam de ingressar em um grupo extremista”, afirmou. Ao final da audiência, a detetive chefe da divisão antiterror da polícia de Londres, Terri Nicholson, pediu que as famílias ajudem as autoridades a identificar britânicos que deixaram o país para viajar à Síria.
Foi o que ocorreu no caso dos irmãos Nawaz. Em agosto, parentes informaram a polícia sobre o desaparecimento dos dois, que haviam ido de carro para a França e, de lá, pegaram um avião rumo a Turquia, onde fizeram a travessia para a Síria e uniram-se ao grupo Junud al-Shaam, ou Soldados de Damasco. Eles voltaram em setembro, quando foram pegos pela polícia de fronteira com munição para rifles AK-47 e fotos do campo de treinamento. Não se sabe por que eles ficaram tão pouco tempo na Síria.
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Diversos radicais condenados na Grã-Bretanha ainda esperam o anúncio de suas sentenças. Ao menos três outros homens enfrentam acusações similares às dos irmãos Nawaz. Outros planejaram suas próprias ações terroristas ou ajudaram outros a fazê-lo.
Crime anterior – Em 2009, Mohommod Nawaz já havia sido condenado por chantagem, sequestro e por manter um refém em cárcere privado. Junto com outros criminosos, ele sequestrou a vítima quando ela saía de casa, roubou um relógio de luxo do homem e o obrigou a dizer a senha do cartão de crédito. O sequestrado foi mantido algemado e os criminosos ameaçaram cortar seus dedos se sua família não pagasse um resgate de 70.000 libras (aproximadamente 277.000 reais). Segundo a rede BBC, Mohommod foi condenado a seis anos de prisão pelo crime, mas foi libertado em condicional. Um dos termos que garantiram a sua liberdade determinava a proibição a viagens ao exterior.