Irã nega interrogatório de ministro da Defesa pela Argentina
Argentina firmou acordo com regime dos aiatolás para investigar atentado contra comunidade judaica realizado em 1994
O Irã negou nesta terça-feira que seu ministro da Defesa, Ahmad Vahidi, será interrogado pela Justiça argentina como parte do acordo firmado entre os dois países para investigar um atentado realizado em 1994 contra o centro da comunidade judaica Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). O ataque teve um saldo de 85 mortos e mais de 300 feridos – e oito iranianos, entre eles Vahidi, são acusados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) de envolvimento no crime.
Segundo o documento assinado por Argentina e Irã, os países criam uma “comissão da verdade” conjunta, formada por juristas “independentes”, que ficará responsável por revisar as atuações judiciais em relação ao atentado e recomendar um plano de ação para seu esclarecimento.
“O tema do interrogatório de um dirigente iraniano é totalmente falso. Parece que os que se inquietam com este acordo difundem este tipo de informação”, declarou o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast. Em 30 de janeiro, o chanceler argentino, Héctor Timerman, anunciou que Ahmad Vahidi seria interrogado por um juiz argentino em Teerã como parte do acordo bilateral.
Em função do atentado contra a AMIA, Buenos Aires reclama desde 2006 a extradição de oito iranianos, entre eles o atual ministro da Defesa, o ex-presidente Ali Rafsanjani (1989-1997) e o ex-chanceler Ali Akbar Velayati, todos eles com ordem de prisão internacional despachada pela Interpol. A Justiça argentina também suspeita da responsabilidade do Irã na explosão de um carro-bomba em 1992 diante da embaixada de Israel em Buenos Aires, que deixou 29 mortos e 200 feridos.
O Irã sempre desmentiu qualquer envolvimento nesses atentados.
(Com agência France-Presse)