Irã diz que não vai suspender enriquecimento de urânio
Porta-voz do chanceler afirma que a atividade é "uma questão econômica"
O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, afirmou nesta terça-feira que o país vai continuar a enriquecer urânio conforme suas necessidades.
O diplomata disse que “o enriquecimento de urânio é uma questão econômica, portanto a quantidade e a porcentagem do material dependerão das condições do mercado e das necessidades do país”.
Horas antes, no entanto, o chefe para questões nucleares iraniano, Said Jalili, havia declarado que o governo está disposto a retomar, em setembro, as negociações com o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha). Para isso, pede a definição prévia dos objetivos do diálogo.
“Quando o objetivo das negociações estiver claro, a República Islâmica do Irã estará disposta a discutir, a reforçar a cooperação internacional e a superar as preocupações comuns em relação ao tema”, afirmou Jalili em uma carta à chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, publicada pela agência Irna.
Embora tenha considerado uma boa notícia, caso ela se confirme, a União Europeia insistiu para que a discussão seja exclusiva sobre o programa nuclear controverso e não sobre outros assuntos.
Sanções – Potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, acreditam que Teerã use seu programa nuclear para desenvolver armas atômicas. A república islâmica nega.
Na última quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou sanções contra o Irã que restringem as importações de combustível e aprofundam seu isolamento internacional.
A ação americana e outras medidas planejadas pela União Europeia vão além do definido na quarta rodada de sanções do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 9 de junho. O Brasil e a Turquia, que mediaram um acordo para troca de urânio pouco enriquecido por combustível para reatores de pesquisa, votaram contra as medidas.
(Com Agência France-Presse)