Irã convoca embaixadores de três países após prisão de seu diplomata
Embaixadores da França, Bélgica e Alemanha foram convocados em protesto à prisão do diplomata iraniano acusado de planejar um atentado em Paris
O Irã convocou os embaixadores da França e Bélgica e o responsável pelos negócios da Alemanha em Teerã, em protesto pela prisão de um diplomata iraniano, acusado de planejar um atentado frustrado contra a oposição no exílio.
O diplomata Assadollah A., atualmente baseado na Áustria, foi preso na Alemanha nesta segunda-feira (2) após uma acusação de que estaria por trás de um ataque em Paris. Além dele, um casal belga foi preso portando bombas caseiras.
O atentado seria durante uma reunião da oposição Conselho Nacional de Resistência do Irã, exilada na França. O ataque foi frustrado pela polícia da Bélgica no sábado e o casal foi preso. A oposição denunciou que o atentando foi planejado por “terroristas do regime clerical em Bruxelas, com a ajuda de diplomatas” da República Islâmica. O governo iraniano nega e aponta o grupo terrorista MKO (Muyahidin Jalq) como responsável.
Segundo a oposição, o diplomata tem sido o chefe da inteligência na embaixada de Viena desde 2014. A Áustria solicitou que o Irã retire o status diplomático de Assadollah e, por consequência, sua imunidade.
Segundo um comunicado divulgado hoje, o vice-ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, ressaltou a imunidade diplomática em virtude da Convenção de Viena e pediu “a libertação imediata e incondicional” do detido. Para ele, esta detenção procura “minar as relações entre Irã e a Europa”, alegando que a medida coincidiu com a viagem do presidente Hassan Rohani para a Suíça e Áustria.
Esta prisão também visa “ofuscar” a reunião ministerial de amanhã em Viena dos signatários do acordo nuclear de 2015, em linha com “os objetivos dos Estados Unidos e o regime israelense”, acrescentou o vice-ministro. “A evidência existente mostra claramente que o grupo terrorista MKO (Muyahidin Jalq) teve um papel na orquestração deste espetáculo absurdo”, ressaltou Araghchi.
O Irã criticou o embaixador francês por realizar essa manifestação, dando ao grupo opositor “a oportunidade de promover o extremismo e o terrorismo com o pretexto da liberdade de expressão”, segundo a nota.
Por sua vez, o embaixador belga em Teerã foi notificado da objeção do Irã ao pedido de transferência do diplomata em questão da Alemanha para a Bélgica. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, negou qualquer envolvimento de seu governo no atentado frustrado e chamou o caso de “complô”.
“Que conveniente: assim quando nós embarcamos em uma visita presidencial para a Europa, uma alegada operação iraniana e seus ‘conspiradores’ presos. O Irã condena inequivocamente toda a violência e terror em qualquer lugar, e está pronto para trabalhar com todos os interessados para descobrir o que é uma sinistra e falsa jogada”, publicou.
(Com EFE)