Ingrid Betancourt diz que não vai processar o governo colombiano

A colombiana Ingrid Betancourt negou que vá processar o governo de seu país pelos seis anos que passou em poder dos terroristas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Segundo ela, os 6,8 milhões de dólares que ela exige do governo em uma ação de conciliação são “um número simbólico”.

“Não há nenhum ataque contra o governo que me libertou nem contra o presidente Álvaro Uribe, a quem devo todo o agradecimento e reconhecimento. Não há um processo contra as Forças Militares que me tiraram das garras das Farc”, afirmou Ingrid a uma rede de televisão colombiana no domingo.

O pedido de Ingrid – resgatada em 02 de julho de 2008 na Operação Jaque, após seis anos de sequestro – provocou na Colômbia grande indignação, principalmente por parte do estado. “É uma recompensa global de ingratidão e atrevimento. Estou indignado, triste e decepcionado”, disse o vice-presidente Francisco Santos.

O Ministério da Defesa da Colômbia publicou, na sexta-feira, uma extensa declaração que precisa os detalhes da ação de Betancourt, que pede ao estado uma indenização pelas falhas de segurança antes do seu sequestro. Segundo o ministério, a ex-refém e sua família apresentaram em 30 de junho dois pedidos de procedimentos de conciliação, nos quais exigem uma compensação monetária em um total de 13 bilhões de pesos (cerca de 6,5 milhões de dólares).

Ingrid falou sobre a indignação provocada na Colômbia pela divulgação da nota. Ela afirmou que se arrependeu de ter apresentado esse pedido da maneira como foi feito. “Essa soma, que é astronômica e absurda,é simbólica porque é muito difícil taxar o sofrimento das famílias vítimas do terrorismo”, disse. Segundo ela, o documento apresentado foi uma solicitação de conciliação, cujo objetivo é ajudar outras vítimas do terrorismo, como os parentes dos sequestrados, a serem reparados e indenizados.