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Índia: Manifestantes desafiam polícia e protestam contra estupro

Polícia usou canhões d’água e gás lacrimogêneo para tentar dispersar multidão em Nova Déli. Manifestantes pedem penas mais severas contra estupradores

Por Da Redação
23 dez 2012, 16h32

A polícia indiana usou canhões d’água e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que protestavam nas ruas de Nova Déli, neste domingo. No início do dia, as autoridades haviam proibido protestos no centro da cidade, mas milhares de manifestantes desafiaram a proibição. Os protestos são contra a violência sexual contra mulheres.

Um estupro coletivo contra uma jovem estudante de fisioterapia de 23 anos, dentro de um ônibus, há uma semana, provocou indignação pelo país. A jovem também foi agredida pelos seis homens com uma barra de ferro e jogada para fora do veículo em movimento, junto com o amigo que estava com ela. Os seis acusados – incluindo o motorista do ônibus – foram presos e podem ser condenados à prisão perpétua. Os manifestantes defendem pena de morte para casos de estupro.

No sábado, pelo menos dez pessoas ficaram feridas em confrontos com policiais nas ruas da capital. Depois do conflito, várias estações de metrô permaneceram fechadas neste domingo, em uma tentativa de impedir que pontos importantes da cidade, como o Parlamento e o palácio presidencial, fossem alcançados pelos manifestantes. No entanto, uma multidão conseguiu chegar até a área do Parlamento. Manifestantes lançaram pedras contra os policiais e tentaram romper barricadas. Vários foram detidos.

De acordo a imprensa local, a marcha deste domingo contou com a participação de jovens simpatizantes do partido hinduísta e de extrema-direita Bharathiya Janata, a principal força da oposição.

O Escritório Nacional de Registro de Crimes revelou em 2011 que, a cada 20 minutos, uma mulher é atacada sexualmente na Índia. No entanto, o autor do crime só é condenado em um a cada quatro casos. Os motivos são negligência e corrupção – o que, para analistas locais, explica a atual onda de indignação popular.

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Um grupo de manifestantes chegou a acampar em frente à residência de Sonia Gandhi, líder do Partido do Congresso, no poder. “Eu estou com vocês (…) e justiça será feita”, disse aos manifestantes, segundo a imprensa local.

Diante dos protestos, o governo estuda a possibilidade de aplicar uma punição mais severa para casos de estupro, declarou neste sábado o ministro do Interior, Sushil Kumar Shinde. A prisão perpétua é atualmente a pena máxima para estupradores, mas a pena de morte “será discutida em detalhes”, disse o ministro.

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Atriz – No estado de Manipur, no norte do país, um jornalista foi atingido por um tiro e morreu ao acompanhar um protesto contra outro caso de abuso sexual. O caso envolveu uma atriz local que fazia uma apresentação. Ela foi empurrada para fora do palco por um homem armado que, então, tentou estuprá-la, apesar da presença do pessoal de segurança. A atriz lutou com o agressor e conseguiu escapar.

Segundo os dados oficiais, os casos de estupro aumentaram quase 875% nos últimos 40 anos na Índia, passando de 2.487 em 1971 para 24.206 em 2011. Apenas na capital, 572 casos foram registrados no ano passado e mais de 600 este ano, segundo a rede CNN.

(Com agências EFE e France-Presse)

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