Milhares de pessoas, entre eles vários ex-ministros kirchneristas, protestaram nesta quinta-feira diante do Congresso contra uma série de medidas adotadas pelo presidente Mauricio Macri, que assumiu o poder há uma semana na Argentina. “Para fortalecer a democracia precisamos da pluralidade de vozes”, foi o slogan da passeata convocada para defender a lei contra o monopólio nos meios de comunicação aprovada em 2009 por iniciativa da então presidente Cristina Kirchner.
O protesto também abordou outros temas, como a designação por decreto de Macri de dois juízes da Suprema Corte e a forte desvalorização do peso argentino, que caiu 30% em relação ao dólar após o fim do controle cambial. Macri voltou atrás e desistiu de nomear os magistrados sem o aval do Senado, mas o recuou não impediu o protesto, que já estava em curso.
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O protesto contou com a presença de militantes da (FPV), membros de organizações sociais, sindicalistas e outros grupos aliados de Kirchner. Daniel Scioli, candidato presidencial apoiado por Cristina e derrotado por Macri na eleição de novembro passado participou do protesto, assim como outros kirchneristas. A passeata teve ainda os ex-ministros Axel Kicillof (Economia) e Agustín Rossi (Defesa), e o ex-presidente das Aerolíneas Argentinas Mariano Recalde, entre outros.
“Não permitiremos que se viole a Constituição como ocorre com a designação dos ministros da Suprema Corte, nem que se modifiquem leis através decretos, como no caso da lei dos meios de comunicação”, advertiu o deputado Héctor Recalde, chefe do bloco parlamentar kirchnerista Frente para a Vitória (FPV). Os manifestantes reagiram à decisão do governo Macri de colocar sob a órbita do novo ministério da Comunicação o organismo autônomo Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFCSA), criado pela lei de Serviços Audiovisuais para garantir sua aplicação.
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(Da redação)