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Guaidó suspende grupo de deputados por suspeita de corrupção

Parlamentares são acusados de tentar favorecer empresário colombiano; denúncias prejudicam oposição a Nicolás Maduro

Por Da Redação
2 dez 2019, 11h46

O líder da Assembleia Nacional da Venezuela e autoproclamado presidente interino Juan Guaidó anunciou neste domingo 1 a suspensão de um grupo de deputados da oposição que supostamente estão envolvidos em um caso de corrupção.

Uma investigação jornalística publicada pelo site Armando.Info acusa nove deputados – alguns da Comissão de Controladoria da Assembleia – por manobras em favor do empresário colombiano Carlos Lizcano, vinculado a um programa de Nicolás Maduro para distribuir alimentos subsidiados.

Lizcano é identificado pelo portal como “subalterno” de outros dois empresários colombianos, Alex Saab e seu sócio Álvaro Pulido, sancionados em 25 de julho pelos Estados Unidos após serem acusados de cobrar sobrepreços em suas importações de alimentos para os chamados Comitês Locais de Abastecimento e Produção (CLAP).

Saab e Pulido enfrentam acusações da justiça americana por lavagem de dinheiro proveniente do plano de Maduro, que a oposição denuncia como estratégia de controle social.

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Os legisladores, de acordo com a investigação, enviaram mensagens às autoridades da Colômbia e dos Estados Unidos para livrar Lizcano de responsabilidade nos crimes de Saab e Pulido.

“Não permitirei que a corrupção ponha em risco tudo o que sacrificamos (…) nem ao regime nem a um pequeno grupo de imorais que querem fraturar os venezuelanos. Não vamos encobrir os crimes de ninguém”, reagiu Guaidó, após ordenar a abertura de uma investigação contra os parlamentares.

O autorpoclamado presidente também esclareceu que, de acordo com o Regimento da Assembleia Nacional, os acusados só deixarão de ser deputados quando a sua imunidade parlamentar for suspensa e isso dependerá do resultado das investigações. Ele ainda decretou a invalidade de qualquer documento que tenha sido apresentado regularmente ou irregularmente pela Comissão de Controladoria.

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No sábado, em uma carta endereçada a Guaidó, o legislador Freddy Superlano renunciou à presidência da Comissão para “facilitar as investigações”.

No domingo, os principais partidos da oposição – Vontade Popular e Primeiro Justiça – excluíram de suas bancadas legislativas cinco deputados citados pelo Armando.Info. Os demais fazem parte de outros partidos.

Também anunciaram investigações internas para determinar “responsabilidades” e possíveis “sanções”.

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Outros casos

Mas este não é o único caso que prejudica a oposição. Na sexta-feira 29, depois que Guaidó o demitiu como embaixador na Colômbia, Humberto Calderón Berti acusou representantes do líder opositor da má administração dos recursos destinados à manutenção dos 148 soldados que desertaram em fevereiro em apoio ao chamado governo interino e que fugiram para a Colômbia.

“As autoridades colombianas me alertaram e me mostraram documentos sobre prostitutas, bebidas alcoólicas, coisas impróprias”, disse Calderón Berti a repórteres, indicando que sua relação com Guaidó foi rompida há meses.

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O ex-chanceler venezuelano (1992) absteve-se de culpar o chefe parlamentar. Também não precisou os nomes dos envolvidos.

Em 6 de novembro, o deputado opositor José Guerra havia denunciado “subornos” a colegas, sem dar detalhes.

“Não há osso saudável, as acusações vão e vêm”, escreveu no Twitter Diosdado Cabello, presidente da governista Assembleia Constituinte, que na prática assumiu as atribuições do Parlamento de maioria opositora

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Os escândalos explodiram no momento em que Guaidó tenta, sem muito sucesso, reativar os protestos contra Maduro.

Em 5 de janeiro, ele terminará seu mandato à frente da Assembleia. Embora existam acordos para sua continuidade, grupos minoritários criticam sua estratégia contra o chavismo e outros estão em negociações com Maduro.

(Com EFE e AFP)

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