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Grafiteiro preso em Cuba é espancado

Danilo Maldonado, conhecido como "El Sexto", foi detido por comemorar morte de Fidel com grafite

Por Duda Teixeira, de Havana
Atualizado em 30 nov 2016, 18h07 - Publicado em 30 nov 2016, 17h46
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  • Duas horas depois da morte de Fidel Castro, o grafiteiro Danilo Maldonado, pichou “se foi” na parede do hotel Habana Libre e foi detido. Na prisão, ao pedir um remédio para conter uma crise de asma, ele foi segurado pelos oficiais e espancado. Só o rosto não foi atingido.

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    Sua mãe, Maria Victoria Machado González, de 55 anos, o visitou no domingo à noite depois de receber uma ligação de um companheiro de cela do seu filho, avisando que ele estava no cárcere de Guanabacoa. Ela surpreendeu os policiais, que permitiram o encontro. Depois, Maria Victoria perguntou qual era o número da causa, para que pudesse chamar um advogado, mas não teve resposta. “Meu filho sempre se manifestou contra o Estado e eles não entendem isso”, diz ela na sua casa no bairro de Arroyo Arenas, em Havana. El Sexto está sendo acusado de dano à propriedade.

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    Maria Victoria, mãe de El Sexto, em Havana
    Maria Victoria em sua casa de Arroyo Arenas com uma pintura do filho El Sexto chamada La Chiva. A palavra, que quer dizer A Cabra, é comum para designar os que delatam os vizinhos para oficiais comunistas (Duda Teixeira/VEJA.com)

    Perto de sua casa, há vários grafites de El Sexto. Os que tinham conteúdo político foram apagados. Após sua última prisão, pessoas anônimas escreveram a frase “O cavalo já se foi. Agora falta a égua” em um ponto da parede onde El Sexto já tinha deixado uma mensagem.

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    Em Cuba, é comum escutar referências que colocam em xeque a virilidade do ditador Raúl Castro. Muitos o chamam de “La Loca” (a Louca, em espanhol).

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    Grafite de El Sexto em muro de Havana
    Grafite de El Sexto em muro de Arroyo Arenas, em Havana ()

    Historiadora e filósofa, com mestrado em Ciência da Educação, Maria Victoria perdeu seu emprego estatal depois que El Sexto começou com seus grafites pela cidade. O lugar onde ela dava aulas de informática para militares, com um salário equivalente a 27 dólares, foi fechado.

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    Ao falar, ela deixa claro seu orgulho pelo filho. Há vários anos, ele começou a frequentar as manifestações de domingo do grupo Damas de Blanco, que pede a libertação dos presos políticos. “Ele dizia que os policiais batiam e sequestravam as mulheres, mas eu não acreditava. Só depois que o prenderam pela primeira vez é que entendi o que fazem de verdade. Hoje sou opositora”, diz ela.

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    Na semana antes de Fidel morrer, El Sexto passou em uma reunião do Comitê de Defesa da Revolução dos seus vizinhos e gritou: “Abaixo, Fidel! Abaixo Raúl”. É um artista incansável. Quando esteve detido em uma delegacia, escreveu sua assinatura por todo o banheiro. Agora, a mãe espera que o liberem logo. “Já disseram que ele terá de deixar o país assim que for solto”, diz a mãe.

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    Arte de El Sexto na porta de sua casa em Havana
    Desenho na porta da casa do grafiteiro El Sexto, em Arroyo Arenas, Havana (Duda Teixeira/VEJA.com)
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