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Grafiteiro cubano é preso por comemorar morte de Fidel

A coragem do artista é admirável. Em 2014, ele escreveu os nomes Raúl e Fidel na pele de dois porcos e foi preso antes de soltá-los

Por Duda Teixeira, de Havana
Atualizado em 30 nov 2016, 18h12 - Publicado em 29 nov 2016, 09h52
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  • Assim que soube da morte de Fidel Castro, Danilo Maldonado saiu e escreveu “se foi” em uma parede perto do hotel Habana Libre, o antigo Hilton, de onde Fidel comandou a revolução nos primeiros anos. Ao lado, colocou seu nome artístico: “El Sexto”. Em seguida, foi preso.

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    El Sexto escolheu esse nome em uma referência aos cinco espiões cubanos que foram condenados pela Justiça nos Estados Unidos e depois, soltos com a reaproximação feita por Barack Obama. Durante anos, o quinteto foi elevado à condição de heróis nacionais pelo regime castrista e por alguns ingênuos úteis no resto do mundo. A ousadia de Maldonado foi desafiar a todos e se autoproclamar “El Sexto”. Nos seus grafites, ele ainda imitava a assinatura de Fidel Castro. No final da linha, inseria uma estrela.

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    O dissidente também estampava seu próprio rosto nas imagens que faz nos prédios de Havana, o que obviamente só lhe trouxe problemas.

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    A coragem de El Sexto é admirável. Em 2014, ele escreveu os nomes Raúl e Fidel na pele de dois porcos. Colocou os bichos no porta-malas do carro e, quando estava indo a um parque para soltá-los, um policial o parou. Passou dez meses no cárcere. Detalhe interessante: os animais, que poderiam ser usados como prova para condená-lo, acabaram sendo comidos pelos burocratas cubanos.

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    Entre os grafites que El Sexto fez por Havana está um que traz uma imagem de uma líder do movimento Damas de Blanco, que luta pela soltura dos presos políticos. “Laura Pollán Presente”, diz a mensagem.

    El Sexto segue, assim, a mesma trajetória de outros artistas que, a cada nova prisão, ficaram mais maduros e tornaram suas obras mais políticas e mais aguerridas. Outro exemplo na mesma linha seria o do grupo de punk rock “Porno para Ricardo”. A banda, contudo, já não consegue se apresentar na ilha. A polícia de Estado não deixa que divulguem ou realizem shows.

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    Pela internet, outros dissidentes têm feito campanha pedindo a libertação do artista. Com o luto por Fidel, contudo, o Partido Comunista está ainda mais inseguro e as chances de El Sexto ganhar a liberdade são pequenas.

    Grafite de El Sexto nas ruas de Havana, em Cuba
    Grafite de El Sexto nas ruas de Havana, em Cuba (Duda Teixeira/VEJA.com)
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