Os representantes do governo colombiano no processo de diálogo com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) chegaram neste domingo em Havana, onde nesta segunda-feira começa a segunda rodada da negociação formal para tentar pôr fim ao conflito armado do país, o último do gênero na América Latina. As conversas deviam ter começado na quinta-feira passada, mas foram adiadas. O motivo era encontrar uma forma de permitir a participação da sociedade civil e a maneira encontrada foi criar uma página na internet – mais detalhes, porém, não foram divulgados.
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O grupo negociador do governo é liderado pelo advogado liberal e ex-vice-presidente colombiano Humberto de la Calle. Antes de embarcar rumo a Cuba, ele afirmou que não haverá concessões militares às Farc e que os pontos negociados serão os acordados anteriormente.
“Não vamos negociar o modelo de desenvolvimento da Colômbia, nem as políticas do governo, como tão pouco estamos pedindo às Farc que abandonem suas ideias ou as negociem”, declarou. As negociações devem ocorrrer a portas fechadas.
Os outros delegados que viajaram da Colômbia junto a De la Calle são o alto comissário de Paz, Sergio Jaramillo, o ex-chefe das Forças Militares Jorge Enrique Mora, o ex alto-comissário de Paz Frank Pearl e o representante dos industriais, Luis Carlos Villegas. O ex-diretor da Polícia colombiana Óscar Naranjo, que também faz parte dos plenipotenciários, viajará para Cuba na próxima terça-feira.
Do outro lado, o principal negociador é o “número dois” da guerrilha, Ivan Márquez. As Farc também anunciaram também a participação da holandesa Tanja Nijmeijer, que está no grupo há dez anos.
No mês passado, as duas partes começaram os diálogos com a perspectiva de chegar a um acordo de paz. Apesar da expectativa positiva, nada garante – muito menos a narcoguerrilha – que as reuniões resultem em um compromisso de colocar fim à luta armada. Esta é a quarta tentativa do governo colombiano de negociar a paz com as Farc e, em todas as anteriores, as conversas fracassaram.
(Com agência EFE)