Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Governo acusa policiais grevistas de semear o pânico na Bahia

Por Por Javier Tovar
8 fev 2012, 13h46

O governo brasileiro acusou os policiais militares grevistas da Bahia de violência e de semear o pânico entre a população para obter suas reivindicações, e teme que o protesto se estenda pelo país às vésperas do Carnaval.

“Vimos um aumento de situações de vandalismo nestas greves”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao jornal O Estado de São Paulo.

“Vemos um aumento de situações que buscam semear o pânico entre a população, atitudes inaceitáveis da parte de policiais”, ressaltou.

Em oito dias de greve foram registrados 120 assassinatos, a maioria na região metropolitana de Salvador, além de roubos, saques, tiroteios e incêndios de veículos e lojas, segundo dados da secretaria de Segurança Pública da Bahia. A média é de 15 mortes por dia, mais do que o dobro da média de 2011 (6,2).

Continua após a publicidade

Oito moradores de rua foram assassinados só na sexta-feira passada, entre eles uma mulher que amamentava seu bebê de sete meses em uma praça do centro de Salvador.

O governador Jaques Wagner sugeriu que os policiais militares em greve podem estar ligados a esse massacre, que é investigado pela Polícia Civil, e os acusou de tentar intimidar a população.

“Foram assassinados pessoas que viviam nas ruas. Não tenho como acusar este ou aquele, mas isto faz parte de uma tática”, disse Wagner à TV Globo.

Continua após a publicidade

Os PMs “têm um documento em que fica claro que a ideia é amedrontar a todos, inclusive o governador”, denunciou.

Wagner afirmou que alguns policiais em greve percorrem as ruas encapuzados, disparando tiros para o ar e parando ônibus para ameaçar passageiros.

O Governo Federal teme que a greve se generalize às vésperas do Carnaval e se estenda para o estado do Rio de Janeiro, onde os PMs convocaram uma greve para sexta-feira, assim como o Pará, Paraná, Alagoas, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, entre outros.

Continua após a publicidade

Segundo a imprensa, os serviços de inteligência caracterizaram estes estados como “explosivos”.

No Rio, um projeto de lei sobre um aumento dos salários policiais deve ser votado na quinta-feira na Assembleia Legislativa.

Nos últimos meses, os PMs de oito estados e os bombeiros do Rio fizeram greve.

Continua após a publicidade

As negociações entre o governo da Bahia e os policiais grevistas -cerca de 200 deles ocupam a Assembleia local a mais de uma semana- fracassaram na terça-feira.

Os policiais exigem um aumento salarial e a anistia para seus 12 líderes, para os quais a justiça emitiu mandatos de prisão. O governo aceita o aumento salarial, mas forma progressiva, em três anos, e recusa o perdão para os líderes e outros policiais que violaram a lei.

Dois dos 12 líderes foram presos.

Continua após a publicidade

Ao serem informados sobre o fracasso da negociação, os manifestantes que apoiam os grevistas e estão acampados em frente à Assembleia Legislativa da Bahia começaram a cantar: “ô, ô, ô, o Carnaval acabou!”.

Wagner assegurou que o Carnaval de Salvador -que reúne cerca de três milhões de pessoas, entre elas milhares de turistas- acontecerá como previsto na próxima semana, e que a segurança será garantida por 20 mil policiais do interior do estado.

De acordo com as autoridades, menos de um terço dos 31 mil policiais baianos está em greve. Para restabelecer a ordem, 3.500 soldados e policiais de elite foram espalhados pela cidade, cerca de mil estão em volta da Assembleia ocupada.

O líder dos grevistas, Marco Prisco, um dos amotinados na Assembleia Legislativa, é um rival político do governador Wagner.

Diante da ameaça de uma epidemia de greves no país, o governo de Dilma Rousseff desenterrou um projeto de lei de 2007 que restringe o direito de greve dos funcionários que cumprem serviços essenciais e exige um mínimo de 40% em seus postos de trabalho.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.